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Interior

Família acredita que turistas estão vivos, mas perdidos no Rio Paraguai

Por vezes, emocionada, Milhian relata busca desenfreada por esposo e sogro

Aline dos Santos e Bruna Marques | 19/08/2021 10:57
Grupo de amigos e parentes embaracam no sábado, com show do pôr do sol, no Rio Paraguai. (Foto: Arquivo Pessoal)
Grupo de amigos e parentes embaracam no sábado, com show do pôr do sol, no Rio Paraguai. (Foto: Arquivo Pessoal)

Os últimos dois dias são de buscas desenfreadas e preocupação para a família de Adilson Rodrigues Bezerra, de 66 anos, e do empresário Ricardo Luiz Cilião Bezerra, de 41 anos. Pai e filho desapareceram na tarde de terça-feira (dia 17), no Rio Paraguai, em Corumbá. O piloteiro Vicente Alves da Costa, de 54 anos, também está desaparecido.

Esposa de Ricardo, a empresária Milhian Regina Meinerz de Bezerra, 43 anos, conta que o marido, o sogro, oito parentes vindos do Sul, um amigo de Brasília e outros três amigos de Campo Grande foram pescar no Pantanal. A pescaria do grupo já é tradição anual.

“De verdade, acredito que eles estão vivos. Acho que andaram muito e acabaram se perdendo. Acabou a gasolina e não conseguem voltar. Penso nas condições humanas. Eles estão 48 horas sem se alimentar, os dois têm pressão alta”.

Fotografias exibidas pela esposa mostram que Ricardo saiu feliz do Porto Geral de Corumbá, num cenário de belo pôr do sol. O barco hotel ia subir o rio por três dias e depois retornar ao ponto de partida.

Na terça-feira, o grupo, como de costume, saiu da chalana, que funciona como uma casa sobre as águas, e embarcou nos barcos menores para a pescaria. Antes do retorno ao barco hotel, a maioria quis tomar banho de rio. Mas Ricardo e o pai decidiram voltar antes.

Ricardo posa para fotografia na partida para dias de pescas no Rio Paraguai. (Foto: Arquivo Pessoal)
Ricardo posa para fotografia na partida para dias de pescas no Rio Paraguai. (Foto: Arquivo Pessoal)

“O rio tem dois braços, imagino que tomaram o caminho errado. Segundo o meu irmão, o piloteiro não conhecia bem o lugar. Quando voltaram do banho de rio, viram que ele não estava lá e começou a procura desenfreada”, afirma Milhian.

Por vezes, emocionada, ela conta que ontem, foi aniversário da filha do casal, que tem oito anos. A mãe teve que dar a notícia do desaparecimento para a menina. Ricardo também tem duas filhas adultas, de 18 e 24 anos. A família tenta localizar o sinal do aparelho celular dos desaparecidos.

A esposa agradece à rede de solidariedade. Ribeirinhos e fazendeiros colaboraram com mais de 50 litros de gasolina para as buscas. O Corpo de Bombeiro navega pelo rio e utiliza aeronave. O trabalho tem reforço da Marinha e da PMA (Polícia Militar Ambiental).

Conforme boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, eles teriam saído de bote da região conhecida como Bahia do Servo e não chegaram ao Porto de Paraguai-Mirim, destino final do grupo. O registro do desaparecimento foi feito pelo proprietário do barco hotel.

De acordo com o tenente Jônatas Lira Costa e Silva de Lucena, a região onde os três desapareceram é cheia de lagoas e braços de rio. Outro fator é que, com os ventos, os camalotes (vegetação flutuante bastante presente no rio) podem fechar algumas entradas, contribuindo para a desorientação do piloteiro.

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