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Interior

Para família de jornalista executado, falta empenho em investigação

Francisco Júnior e Elverson Cardozo | 30/03/2012 21:10

Jornalista foi morto com 9 tiros na noite de 12 de fevereiro deste ano, em Ponta Porã

Maycon acredita que o assassinado tem a ver a com as matérias publicadas pelo pai. (Foto: João Garrigó)
Maycon acredita que o assassinado tem a ver a com as matérias publicadas pelo pai. (Foto: João Garrigó)

Passados quase dois meses do assassinato do jornalista Paulo Rocaro, 51 anos, a família dele cobra mais empenho da Polícia Civil na investigação do caso. O filho do jornalista, Maycon Alberto Henschel Cardoso Rodrigues, diz que procura a delegacia com frequência em busca de informações sobre os envolvidos na morte do pai.

Maycon conta que a família ainda está muito abalada com tudo que aconteceu. “Dá medo, há um tempo atrás a gente não tinha tanto medo. A gente via acontecer com bandido”, desabafou.

Ele assumiu a direção do site Mercosul News, de propriedade de Rocaro. Segundo ele, o foco das notícias do portal é voltado, agora, para a morte do jornalista. “Um dos motivos para manter o site no ar é fazer matérias relacionadas sobre o assunto e não depender de outros órgãos para continuarmos cobrando”, disse.

Maycon acredita que o assassinado tem a ver a com as matérias publicadas pelo pai. Rocaro escreveu um livro sobre pistolagem e estava terminado um segundo. “É uma obra fictícia. Ele não cita nomes, mas todo mundo sabe do que se trata”.

Depois da morte do jornalista, a Polícia apreendeu o computador que armazenava o conteúdo do livro, além de uma câmera que pertencia a Rocaro.

Na noite do dia 12 de fevereiro deste ano, o jornalista conduzia um veículo Fiat Idea, que pertence ao jornal, pela avenida Brasil, quando foi abordado por dois homens em uma motocicleta. Os disparos foram feitos com os dois veículos em movimento. A moto não tinha placas e a dupla usava capacete.

Os vidros do veículo estavam abertos e no corpo do jornalista foram encontradas nove perfurações de pistola 9mm. No Fiat Idea havia apenas duas. A arma é de uso restrito das Forças Armadas, mas, facilmente encontrada do outro lado da fronteira.

O jornalista foi socorrido, contudo, morreu no hospital, na madrugada de segunda-feira, devido à gravidade dos ferimentos. Os projéteis da 9 mm tem alto poder de perfuração.

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