Funai corta comissionados para manter posto de Nioaque em funcionamento
Em crise, a fundação chegou a anunciar o fechamento de metade das unidades no país
O fechamento do posto de atendimento da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Nioaque, que seria extinto junto a outras 50 unidades do país, dentro da política de cortes de gastos da fundação, foi suspenso esta semana, diante dos protestos das quatro comunidades indígenas do município de Nioaque e da insatisfação das lideranças a comunidade.
A Funai decidiu cortar, nos próximos dias cargos comissionados na direção nacional para manter em funcionamento o posto de Nioaque, mas informou números referentes à contenção de despesas.
O deputado e presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Junior Mochi (PMDB) mediou o pedido do prefeito do município Waldir do Couto Junior (PSDB), do presidente da Câmara Danilo Catti (PSDB), caciques e lideranças das aldeias Água Branca, Cabeceira, Taboquinha e Brejão junto ao presidente nacional da Funai.
"Nosso município não tem recursos e perder um órgão como esse, que atende minimamente a comunidade indígena é um prejuízo muito grande", disse o prefeito.
Por telefone, o presidente nacional da Funai, Antonio Costa, expôs as dificuldades e mostrou que uma solução seria reverter à decisão, deslocando o corte de despesas para outro setor com menor impacto social.
No ano passado, relatório da própria Funai encaminhado ao Ministério Público revelou que o orçamento de 2016 perdeu R$ 67 milhões no país inteiro em relação ao ano passado e o previsto para este ano, motivo pelo qual chegou a ser anunciada redução de 43% nas ações de fiscalização e combate a invasões de terras indígenas e o encerramento das atividades de 6 a 12 “frentes ambientais”.
Conforme o memorando os valores são insuficientes para o atendimento dos objetivos e iniciativas do plano plurianual (2016-2019). Também é incompatível com as necessidades de despesas, como aluguel, vigilância, energia elétrica, limpeza e telefone.