Funcionários da fábrica de fertilizantes dizem estar há um mês sem salário
Clima de tensão é constante na cidade de Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande. O aumento da dívida do Consórcio UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), fábrica de fertilizantes da Petrobras que está sendo construída na cidade, tem gerado dor de cabeça a prestadores de serviços e ex-funcionários. São cerca de 2 mil demitidos recentemente.
Uma funcionária da obra, que preferiu não se identificar, afirma que o consórcio lhe deve cerca de R$ 4 mil entre salário, vales e auxílios em atraso. "E nem dá para contar com o salário deste mês porque já avisaram que não vão pagar", conta. Ela está sem receber salário desde outubro.
Um dos auxílios oferecidos possibilitava a funcionários de outras cidades e estados, pagar o aluguel, mas o benefício também está em atraso. "Ninguém paga aluguel desde o mês passado. Sem ter como morar, sem ter comida e emprego fica difícil, né?", lamenta.
De acordo com o último posicionamento da Petrobras, a estatal está em dia com os repasses e pagamentos foram feitos de acordo com a legislação vigente e com os prazos e procedimentos estabelecidos no contrato.
No entanto, demitidos argumentam que a dívida é da Petrobras, que não realiza repasses porque as empresas GDK e Galvão Engenharia, ligadas ao Consórcio UFN3, são investigadas por envolvimento em esquema de corrupção. Portanto, especulações são constantes, causando desconforto a empresários e à população.
Na primeira leva de demissões, no mês passado, o Consórcio UFN 3 responsável pela obra, afirmou em nota que está em fase final de trabalho e o desligamento dos funcionários faz parte do cronograma estabelecido pela empresa. A previsão é de que a indústria seja inaugurada no primeiro semestre de 2015.