Governo terá de substituir gestão de hospital regional de cirurgias
Grupo paulista contratado há um ano para administrar unidade localizada em Dourados rompeu contrato com Secretaria de Saúde
O governo de Mato Grosso do Sul terá de substituir a gestão do Hospital Regional de Cirurgias da Grande Dourados. Contratado há um ano para reabrir a unidade que tinha ficado fechada por 18 meses, o grupo Gamp anunciou na semana passada o rompimento de todos os seus projetos no país, incluindo na segunda maior cidade de MS. O motivo é o problema financeiro do grupo, alvo de várias ações de cobrança na Justiça.
Em nota enviada pela assessoria de imprensa, o secretário estadual de Saúde Geraldo Resende promete anunciar nos próximos dias a nova organização social (OS) que vai administrar o hospital. Em março, o governo teve de trocar a gestão do Hospital Regional de Ponta Porã.
Segundo o secretário, na semana passada os dirigentes do Gamp propuseram a rescisão amigável do contrato com o governo. O Gamp tinha sido contratado em maio do ano passado por R$ 716 mil por mês.
Conforme a assessoria, Geraldo Resende aceitou a proposta e imediatamente determinou a escolha de outro gestor para o hospital.
“Vamos adotar todas as providências para que não haja nenhum tipo de paralisação do atendimento e que não aconteça qualquer prejuízo aos usuários de Dourados e região”, prometeu Resende. Segundo ele, trabalhadores e fornecedores terão todos os pagamentos e direitos assegurados pelo governo do Estado.
O secretário afirma que a escolha da nova organização social que vai gerir o hospital de cirurgias será feita “mediante análise da atuação das interessadas em outras partes do país” e o contrato terá metas de produção e qualidade no atendimento.
Operação do MP – Nas alegações apresentadas para justificar o rompimento do contrato, o grupo paulista aponta uma série de motivos, entre os quais a operação do Ministério Público no Rio Grande do Sul sobre a atuação no município de Canoas.
O advogado do Gamp, José Ademir Tedesco Bueno, afirmou a Geraldo Resende que a operação provocou uma quebra no fluxo de caixa da empresa, que virou alvo de ações judiciais por atraso em pagamentos e de bloqueios judiciais em suas contas bancárias.
Para liquidar uma dívida na cidade gaúcha, segundo o advogado, o banco Santander conseguiu judicialmente bloquear R$ 868,7 mil da reserva técnica contratual do projeto de Dourados.
Ainda conforme o documento entregue ao secretário, neste ano a média mensal de bloqueio judicial trabalhista em Dourados chegou a R$ 60 mil. Outro baque foi a condenação do Gamp a pagar quase R$ 900 mil em outro processo judicial.
Conforme Geraldo Resende, ficou estabelecido no acordo de rescisão que Secretaria de Saúde vai reter os valores necessários para pagar a folha dos funcionários e a folha médica, no valor de R$ 525 mil. A medida garante o pagamento dos salários de maio.