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Interior

Índios avisam em carta que vão continuar lutando por terra tradicional

Viviane Oliveira | 30/11/2014 12:25
Índios Terena estão na fazenda desde a última sexta-feira. (Foto: divulgação/Cimi)
Índios Terena estão na fazenda desde a última sexta-feira. (Foto: divulgação/Cimi)

Após ocupação de parte da Fazenda Maria do Carmo, no distrito de Taunay, em Aquidauana, na madrugada de sexta-feira (28), o Conselho Terena divulgou uma carta dizendo que enquanto o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não assinar a portaria declaratória da terra, os índios continuarão as retomadas. “Nós Terena de Taunay/Ipegue reafirmamos que continuaremos retomando nosso território tradicional”, avisam no texto.

O processo demarcatório da Terra Indígena Taunay/Ipegue começou há 29 anos e mesmo com o prazo determinado na Constituição Federal de 1988 para concluir todas as demarcações, a terra ainda não está demarcada.

Conforme a carta, em 2010 a Justiça Federal suspendeu o processo demarcatório atendendo pedido dos fazendeiros. No entanto, em abril deste ano, a decisão foi revogada e há sete meses os índios esperam o Ministério da Justiça expedir a portaria declaratória. “Enquanto não for assinada nossa portaria declaratória continuaremos retomando fazenda por fazenda que incide em nosso território e faremos a autodemarcação de nosso território tradicional”, afirmam.

Nesta terça-feira deve acontecer, em Campo Grande, uma reunião com promotores de Justiça sobre o assunto. De acordo com o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) a área onde está localizada a fazenda Maria do Carmo teve os estudos de identificação conclusos em 2004 e foi reconhecida como terra indígena, junto com outras 16 propriedades da região. 

As famílias que estavam na propriedade no dia da chegada dos terena já deixaram a fazenda.

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