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Interior

Esposa e ex-deputado federal ficaram reféns de índios por 15 horas

Filipe Prado | 28/11/2014 21:19
O grupo indígena ocupou a fazenda na manhã de hoje
O grupo indígena ocupou a fazenda na manhã de hoje

O ex-deputado federal e produtor rural, Pedro Pedrossian Filho, afirma ter ficado refém por cerca de 15 horas por índios que invadiram a Fazenda Retiro Maria do Carmo, no distrito de Taunay, em Aquidauana, a 135 quilômetros de Campo Grande.

Conforme os relatos da esposa de Pedrossian, Ana Pedrossian, por volta das 6h de hoje (28), eles foram até a fazenda, que fica a 30 quilômetros de sua propriedade, quando foram abordados por um grupo indígena na entrada da fazenda.

O produtor e a esposa, segundo ela,  não desceram do carro e fugiram para a sede da fazenda, onde estava a dona da propriedade e seu marido. De acordo com o relato, os índios atiraram contra o carro, atingindo a porta lateral.Os indígenas fecharam um cerco em volta da casa e não deixaram eles saírem, ainda conforme a esposa de Pedrossian.

“Eles disseram que era a vida dela ou a propriedade”, afirmou Ana. Após horas, diz, resolveu entregar a fazenda "para evitar maiores conflitos". Com isso, a família chamou a Polícia Militar, que os escoltou até a fazenda.

Os indígenas, afirma, deram um prazo de 24 horas para os donos da Fazenda Retiro Maria do Carmo saíssem do local. “Nós víamos embora, mas eles continuaram no local para arrumar as coisas”, revelou.

Ana ainda ressaltou que desde às 6h a Polícia Federal foi informada da invasão, mas não atendeu a ocorrência. “Um grupo de policiais militares fizeram o trabalho de mediadores”, afirmou.

OcupaçãoDesde as 4h de hoje cerca de 150 indígenas Terena de sete aldeias ocupam área da fazenda Maria do Carmo, no distrito de Taunay. Um dos indígenas que integra o grupo Francisco Thiago, 60 anos, diz que a situação é inversa. Ele afirma que os índios estão apenas com arcos e flechas e homens estranhos surgiram em três caminhonetes atirando.

Para resolver a situação, os índios pedem a presença de autoridades. Eles garantem que a ocupação é pacífica e pedem para conversar com a proprietária da fazenda, que está em Campo Grande. Com medo, Salma disse que não pretende ir até o local e pede a presença da polícia para reprimir a ocupação.

Segundo Francisco, está na fazenda o genro da proprietária, com o qual os índios não tem expectativa de conversar. “Nós não queremos brigar, nem queremos gado, nós só queremos a nossa terra e vamos ficar aqui nela. Pedimos que venha a Funai (Fundação Nacional do Índio) e polícia para apaziguar, porque está tenso e pelo que vimos já receberam nós a bala aqui”, disse o indígena, ao contar que o grupo está a dois quilômetros da sede da fazenda.

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