Índios dão 24h para família sair de fazenda invadida em Aquidauana
O grupo de 500 indígenas que invadiu a Fazenda Esperança na madrugada desta sexta-feira (31) exige a saída do casal e de dois filhos adolescentes que estão na sede da propriedade. Hoje cedo, o dono da fazenda, Nilton Carvalho da Silva Filho, de 59 anos, e a família foram surpreendidos pelos terena.
O advogado do fazendeiro, Sérgio Muritiba, disse ao Campo Grande News que os índios estão na propriedade desde a madrugada, mas invadiram a sede na manhã de hoje. Ele explica que o grupo está montando acampamentos.
Todo os acessos à fazenda foram bloqueados e os índios asseguraram a família pode sair, mas ninguém pode entrar no local. “Eles não estão reféns, porque podem sair, mas a situação está tensa e ninguém pode entrar lá”, afirma o advogado.
Sérgio explica que dois policiais militares estão no local e os índios estão armados com arcos e flechas. O advogado deve entrar com pedido de reintegração de posse na Justiça Federal ainda hoje.
Há pouco, o proprietário Nilton Carvalho, deu entrevista por telefone ao programa Povo na TV e disse que recebeu 24 horas de prazo para sair. "Fizemos uma negociação e eu disse que não poderia sair assim", comentou.
Invasão – Os índios fazem parte de sete aldeias de Aquidauana e reivindicam a ampliação da terra indígena Taunay Ipegue. A briga judicial entre fazendeiros e o povo terena é muito parecida com a situação da Fazenda Buriti, em Sidrolândia, onde ocorreu o conflito ontem (30).
Em Aquidauana, os índios vivem em pouco mais de 6 mil hectares, mas lutam pela ampliação para 33 mil. Essa área já foi identificada como indígena por estudos antropológicos e abrange todo o distrito de Taunay, que hoje tem 93 imóveis.
Os índios que estão na fazenda Esperança vieram das aldeias Taunay, Ipegue, Colônia Nova, Água Branca, Imbirussu. Bananal e Lagoinha.