Infectada por covid, detenta denuncia condições de presídio com 21 casos
Detenta está na casa de parentes e diz que o presídio "não é lugar de gente" e para parentes de infectados buscarem informações
Detenta do Estabelecimento Penal Feminino de Rio Brilhante Samara Gomes Pimenta, 29 anos, denunciou as condições do presídio depois que 21 internas foram diagnosticadas com novo coronavírus (covid-19). Se recuperando da doença na casa de parentes, ela gravou vídeo, postado na rede social da irmã.
“Aquele presídio não é lugar de gente não, é presídio horrível, a gente não pode falar com nossa família, não pode conversar com ninguém”, disse Samara. E completa. “Quem tiver parente preso em Rio Brilhante, cuidado, que o negócio tá doido”.
Na primeira semana de julho, testagem em massa detectou que 21 das 98 detentas do presídio em Rio Brilhante, a 164 quilômetros de Campo Grande, estão infectadas pela covid-19. As presas foram isoladas, com exceção de uma, encaminhada para hospital, por conta de problemas anteriores de pulmão.
No vídeo, Samara não esclarece se ela é a detenta inicialmente transferida para hospital. Na gravação, diz que está na casa da irmã, em Nova Andradina, a 241 quilômetros de Campo Grande.
Samara está presa por tráfico de drogas desde em maio de 2019. Em novembro daquele ano foi sentenciada a 10 anos e dois meses de prisão em regime fechado, pena que está sendo cumprida no presídio de Rio Brilhante, a 164 quilômetros da Capital.
Com dificuldade de respirar e usando máscara e luvas, Samara não é específica nas denúncias, mas denuncia as condições do presídio. “É muito sofrimento, é muito dificuldade para nós”.
Ela diz que tem medicamentos para o tratamento e pede doações de álcool em gel e luvas. “Não esperava que isso fosse acontecer comigo, foi um baque muito grande, ainda mais dentro daquele lugar”.
A assessoria da Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário) e aguarda retorno informou que seis das 21 contaminadas foram liberadas, sendo cinco com tornozeleira eletrônica e uma que já tinha direito a progressão de regime. A Agepen também nega que as presas não tenham acesso aos familiares, explicando que as visitas estão sendo feitas de forma virtual.
Em nota divulgada no dia 2 de julho, quando os testes foram realizados, a Agepen informou que a direção da unidade realizou o isolamento das internas, e novos testes serão aplicados conforme a necessidade. Dois servidores também foram infectados, segundo a administração.