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Interior

Irmãos executados na fronteira foram alvejados por tiros de pistola e fuzil

Um dos mortos, Valdemar Kerkhoff Junior, tinha antecedentes por tráfico e cumpriu pena no Rio de Janeiro

Helio de Freitas, de Dourados | 28/06/2023 10:19
Os dois irmãos, executados a tiros por quatro pistoleiros, ontem em Ponta Porã (Foto: Reprodução)
Os dois irmãos, executados a tiros por quatro pistoleiros, ontem em Ponta Porã (Foto: Reprodução)

Quatro pistoleiros participaram do assassinato dos irmãos Eder Kerkhoff, 39, e Valdemar Kerkhoff Junior, 41, na tarde de ontem (27) em Ponta Porã, a 313 km de Campo Grande. Conforme informações apuradas pela polícia, os matadores estavam em um Siena prata.

A dupla execução ocorreu no lava-rápido Esthetic Lavar Var, localizado na Rua São Judas Tadeu, no Parque dos Ipês I. A empresa estava registrada em nome de Valdemar.

Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, os irmãos estavam no pátio do lava-rápido quando os pistoleiros chegaram. Dois desceram e dois permaneceram dentro do Siena. Um dos criminosos estava armado com pistola calibre 9 milímetros e o outro com fuzil calibre 5,56.

Valdemar foi o primeiro a ser morto, atingido por tiros na cabeça, no pátio do lava-rápido. Eder saiu correndo, tentou se proteger atrás de um poste de energia, mas foi atingido e caiu na calçada em frente à empresa. Um dos pistoleiros se aproximou e disparou mais tiros na cabeça da vítima.

Após a dupla execução, os dois atiradores entraram no carro e deixaram o local junto com os outros dois comparsas. O lava-rápido onde os irmãos foram mortos fica a 600 metros do território paraguaio. A perícia da Polícia Civil recolheu cápsulas deflagradas de 9 milímetros e 5,56.

Narcotráfico – O Campo Grande News apurou que Valdemar Kerkhoff Junior teve envolvimento com o narcotráfico, principal atividade ilícita da linha internacional entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai. Ele cumpriu pena por tráfico no sistema penitenciário federal no Rio de Janeiro e saiu em liberdade condicional no final de 2020.

Em 1º de setembro de 2010, quando tinha 28 anos de idade, Valdemar Kerkhoff Junior foi preso em Ponta Porã por policiais do Rio no âmbito da Operação Sem Fronteiras, acusado de comandar o envio de drogas para facções brasileiras. Na época, ele já era procurado pelas polícias brasileira e paraguaia.

Investigação da polícia carioca revelou, à época, que Valdemar comprava maconha e cocaína de traficantes de Pedro Juan Caballero e Capitán Bado e abastecia as quadrilhas em território brasileiro. O esquema liderado por ele mandava três toneladas de maconha e 50 quilos de cocaína por semana para do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e região do Sul do país.

Cinco anos antes, em dezembro de 2005, Valdemar já tinha sido preso por tráfico. Na época com 23 anos de idade, ele e um comparsa foram flagrados pela polícia na BR-060, entre Nioaque e Sidrolândia, com 873 quilos de maconha em um Gol.  A carga pertencia a outro traficante, que conseguiu escapar.

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