Jaguatirica morta na BR-262 é símbolo do tráfego intenso e fuga das queimadas
Na BR-262, aumento do tráfego de veículos e queimadas na região provocam fuga dos animais
O flagrante de jaguatirica morta na BR-262, em Corumbá, a 419 quilômetros de Campo Grande, mostra realidade cada vez maior nas estradas que cortam Mato Grosso do Sul, a do número de animais atropelados na região, seja na fuga das queimadas ou pelo aumento do tráfego.
O animal foi colocado sobre grade de proteção na rodovia, no sentido Corumbá a Campo Grande. O coronel Angelo Rabelo, presidente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), que fez o flagrante no último sábado, e postou a imagem nas redes sociais, acredita que a jaguatirica foi colocada ali por quem a atropelou ou por equipe da polícia.
Rabelo diz que houve aumento no tráfego de caminhões na região, por conta da alta demanda criada pelas siderurgias desde o ano passado. A média, agora, é de 400 a 450 caminhões diários, segundo ele.
“A média de animais mortos passou de 5 para 7 por dia”, disse Rabelo, referindo-se a monitoramento recente feito na região e que deve auxiliar o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes), para amenizar os índices de atropelamento. O projeto, segundo ele, teria apoio da Vale e da Vetorial.
O tenente Antônio Rondon Silva, da PMA (Polícia Militar Ambiental), lotado em Miranda, acrescenta outros fatores para os índices de atropelamentos de animais, como a fuga das queimadas e a regular rota migratória.
Silva conta que a PMA faz atendimento aos animais desde 2019, prestando socorro e mantendo em quarentena para liberação na natureza posteriormente. Aqueles que apresentam maior gravidade, já são encaminhados para o Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres). O militar explica que há projeto pronto para criação de centro de triagem em Miranda, mais completo, mas que ainda não foi aprovado para verba federal.