Jovens foram mortos no “tribunal do crime” após briga com casal do PCC
Grupo teria executado os amigos sem a autorização dos líderes da facção criminosa
Em entrevista coletiva na noite desta quarta-feira (27), o delegado Erasmo Cubas deu detalhes sobre o assassinato dos amigos José da Silva Câmara e Caio Henrique de Oliveira, de 23 e 21 anos, mortos e enterrados no dia 24 de dezembro em Dourados, a 251 km de Campo Grande.
De acordo com o responsável pelas investigações, os amigos teriam se desentendido com um casal ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa que atua em diversas regiões do País, o que acabou resultando na morte de ambos no chamado “tribunal do crime”.
“O crime não teria sido motivado por briga entre eles. Os rapazes tinham entrado em uma casa e discutido com um casal e essas pessoas faziam parte desse grupo criminoso, então foi realizado um tribunal do crime, que teria acarretado na morte dessas pessoas”, disse o delegado.
Como as vítimas seriam ligadas a membros da mesma facção, o comando do PCC não autorizou a execução no tribunal do crime. A princípio era para o grupo dar apenas um “corretivo” na dupla, mas acabaram matando e enterrando os amigos em uma região de mata.
“O autor que se dizia protegido pela facção criminosa pediu ajuda e determinaram que fosse dado apenas um corretivo, mas por conta deles mesmo, pois a cúpula não tinha concordado com a morte, pois as vítimas também teriam parentes nesse grupo criminoso”, explicou Cubas.
Segundo as investigações, as vítimas foram assassinadas na manhã de véspera de Natal. Os dois foram capturados por homens armados no dia 23 de dezembro no Residencial Estrela Porã, onde os dois moravam. Nas primeiras horas do dia 24 de dezembro, eles foram levados para uma região de mata ao lado da BR-463, na saída de Dourados para Ponta Porã, onde foram mortos a tiros e enterrados em covas rasas.
Na manhã de hoje (28), cinco homens e duas mulheres foram presos por participação no crime. Estão presos Douglas Alves Cardoso, 23, Leonardo Silva Zengo, 20, Henrique José Jara do Carmo, 27, Bruno da Silva Gentil, 23, Luiz Fernando Escobar Kunyoshi, 22, Larissa Michele Farias de Matos, 27, e Laura Negrão de Assis, 24.
Nas residências dos envolvidos, que foi usada como cativeiro, os policiais civis apreenderam um revólver calibre 357, munições e droga. Também foram apreendidas uma pá e uma picareta usadas para abrir as covas.
Dos presos, quatro vão responder por homicídio e ocultação de cadáver, enquanto os demais responderão por favorecimento pessoal, tráfico de entorpecentes e posse de arma de fogo.