Juiz decreta prisão de líderes de caminhoneiros acusados de extorsão
Decisão ocorre em meio a novos protestos de motoristas de caminhão para redução do preço dos combustíveis
O juiz José Agustín Delmás decretou nesta sexta-feira (22) a prisão preventiva dos cinco líderes de caminhoneiros do Paraguai acusados de tentar extorquir 1 milhão de dólares do governo. Eles foram flagrados no dia 13 deste mês no momento em que recebiam 50 mil dólares na sede do Ministério do Interior, na capital Asunción.
No mês passado, os cinco representantes de associações de caminhoneiros lideraram os bloqueios de estradas, inclusive na fronteira com Mato Grosso do Sul, para cobrar a redução do preço dos combustíveis. Eles teriam exigindo dinheiro para impedir novos protestos.
Com a decisão de hoje, Ángel Zaracho; Roberto Almirón, Vicente Medina, Juan Friedelin e Julio César Solaeche vão ser levados da Agrupación Especializada (sede da Fope, grupo de elite da Polícia Nacional) para o presídio de Tacumbú.
A defesa dos caminhoneiros aponta manipulação de provas por causa do flagrante armado, mas o Ministério Público se opôs ao pedido de liberdade. Segundo a investigação, eles se encontraram três vezes com o ministro do Interior Federico González.
A manutenção das prisões ocorre em meio a nova mobilização dos caminhoneiros do país vizinho contra o governo do presidente Mario Abdo Benítez. Concentrados em vários pontos do país, mas ainda sem bloquear estradas, eles exigem a aprovação de uma lei para permitir a compra de combustíveis direto da Petropar, a estatal de petróleo do Paraguai.
Os motoristas prometem sitiar a capital se a lei não for aprovada, mas anunciaram que por enquanto não vão interditar as rodovias. Sobre os cinco líderes presos, o movimento cobra da polícia e do Ministério Público que apresentem as provas do crime.