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Interior

Juiz nega liberdade a PMs acusados de matar ex-vereador: “extrema violência”

Dinho Vital foi morto no dia 8 de maio, na BR-262, por policiais militares à paisana após festa

Por Viviane Oliveira | 30/10/2024 11:57
Corpo de ex-vereador na BR-262, enquanto bombeiros e policiais militares aguardava a Perícia Técnica e a Polícia Civil (Foto: arquivo)
Corpo de ex-vereador na BR-262, enquanto bombeiros e policiais militares aguardava a Perícia Técnica e a Polícia Civil (Foto: arquivo)

A Justiça negou o pedido de revogação de prisão preventiva aos policiais militares Valdeci Alexandre dos Santos e Bruno César Malheiros dos Santos, acusados de homicídio qualificado contra o ex-vereador Wander Alves Meleiro, o "Dinho Vital”, em Anastácio, distante 122 quilômetros de Campo Grande.

Dinho Vital foi morto no dia 8 de maio, na BR-262, pelos policiais militares à paisana, depois de participar de festa pelo aniversário de 59 anos da cidade. Valdeci e Bruno foram presos 11 dias depois em operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

No pedido revogação da prisão, uma das alegações da defesa foi que os policiais sempre colaboraram com a Justiça, “não embaraçando as investigações e a instrução”, que no dia dos fatos, permaneceram no local, entregaram as suas armas e, de forma voluntária, se apresentaram à Corregedoria da Polícia Militar, são réus primários, possuem residência fixa e trabalho lícito. Alegou, ainda, que o clamor público já se esfriou.

O juiz Luciano Pedro Beladelli negou o pedido de liberdade justificando que se trata de um crime de alta gravidade, cometido com frieza e extrema violência, numa via pública. “O que revela ainda evidente periculosidade e desrespeito para com a Lei Penal, gerando, naturalmente, repercussão e temor no local", destacou.

Segundo o magistrado, os policiais em liberdade poderiam atrapalhar a audiência de instrução que foi desmembrada em razão da complexidade do caso e do elevado número de testemunhas a serem ouvidas. “A manutenção dos indiciados nas ruas, à toda evidência, aguça na população local um sentimento de impunidade e revolta, o que, nas testemunhas, converte-se em temor e intimidação, o que pode prejudicar a instrução processual que há de vir".

Conforme o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o laudo necroscópico e a apuração realizada no local do crime indicam que Dinho foi atingido “pelas costas e nas costas”, tendo o projétil transfixado o tórax e saído no peito da vítima e, o outro, atingido a região lateral, saindo debaixo para cima.

Ainda de acordo com o MP, a posição dos atiradores e as manchas de sangue da vítima encontradas no chão e no local onde o corpo foi encontrado, mostram que Dinho Vital tentou fugir para frente do veículo para fugir dos disparos. No local, foram encontrados oito estojos de cartuchos de munição próximos ao veículo dos policiais. Perto da vítima não foi encontrado nenhum estojo deflagrado, “descartando qualquer troca de tiros entre os envolvidos”. A perícia encontrou perfurações apenas no veículo do ex-vereador, todas de trás para frente.

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