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Interior

Júri de ex-prefeito que mandou matar jornalista tem audiência no Congresso

Para ouvir depoimento de deputada paraguaia, Justiça levou Vilmar Acosta, o Neneco, até a Câmara dos Deputados, nesta terça

Helio de Freitas, de Dourados | 07/11/2017 09:35
Vilmar Acosta está sendo julgado há duas semanas no Paraguai (Foto: ABC Color)
Vilmar Acosta está sendo julgado há duas semanas no Paraguai (Foto: ABC Color)

Na terceira semana, o julgamento do político paraguaio Vilmar Acosta Marques, o Neneco, tem audiência hoje (7) na Câmara dos Deputados do Paraguai. Acusado de mandar matar o jornalista Pablo Medida, em outubro de 2014, o ex-prefeito de Ypehjú, cidade paraguaia vizinha de Paranhos (MS), foi levado nesta manhã até o Congresso, para acompanhar o depoimento de sua antiga aliada, a deputada Cristina Villalba, conhecida como “Madrinha do Norte”.

As mortes de Pablo Medina e de sua acompanhante Antonia Almada ocorreram no dia 15 de outubro de 2014 em Villa Ygatimí, departamento de Canindeyú, na fronteira com Mato Grosso do Sul. A Promotoria de Justiça pede a pena máxima de 30 anos pelo crime. A defesa de Neneco afirma não existir provas contra ele.

Neneco foi preso em Juti (MS), em março de 2015. Ele tentou evitar sua extradição apresentando uma certidão de nascimento emitida no território brasileiro, mas o documento foi considerado falso. O caso foi parar no STF (Supremo Tribunal Federal). No final do ano passado, Neneco foi extraditado de Campo Grande para Assunção, onde está preso.

De acordo com o jornal ABC Color, a deputada Cristina Villalba tinha a opção de depor no Palácio da Justiça, onde o julgamento começou no dia 23 de outubro, mas decidiu ser ouvida na própria Câmara Federal, o que obrigou a Justiça a montar forte esquema de segurança para levar o acusado até o Congresso. A audiência ocorre no gabinete dela.

Ainda conforme o ABC Color, a parlamentar, que busca a reeleição, não apareceu na semana passada para testemunhar sobre as mortes de Medina e Antonia. Neneco é acusado de mandar executar o jornalista por causa de reportagens que Medina publicava, ligando o então prefeito ao narcotráfico.

De acordo com as investigações, Cristina Villalba e Vilmar Acosta conversaram por telefone dois dias após o crime, por 12 minutos. A acusação quer ouvir a deputada porque existem contradições sobre a data e o tempo de conversa entre eles.

Cristina disse que falou com o réu na sexta-feira, 17 de outubro de 2014, segundo o procurador-geral Javier Díaz Verón. No entanto, a parlamentar disse à promotora Sandra Quiñónez que Neneco a procurou ao meio-dia de sábado, dia 18, após o noticiário o apontar como autor moral do duplo homicídio.

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