Júri de político paraguaio acusado de matar jornalista entra na 2ª semana
Vilmar Acosta Marques, o Neneco, foi preso em MS, em 2015
O ex-prefeito de Ypehjú, cidade paraguaia vizinha de Paranhos (MS), Vilmar Acosta Marques, o Neneco, está sendo julgado há uma semana em Assunção, capital do Paraguai, pelo assassinato do jornalista Pablo Medina e da acompanhante dele, Antonia Almada.
As mortes ocorreram no dia 15 de outubro de 2014 em Villa Ygatimí, departamento de Canindeyú, na fronteira com Mato Grosso do Sul. A Promotoria de Justiça pede a pena máxima de 30 anos pelo crime. A defesa de Neneco afirma não existir provas contra ele.
Procurado pela Justiça paraguaia, Neneco foi localizado em Juti (MS), em março de 2015. Ele tentou evitar sua extradição apresentando uma certidão de nascimento em território brasileiro, mas o documento foi considerado falso. O caso foi parar no STF (Supremo Tribunal Federal). No final do ano passado ele foi extraditado de Campo Grande para Assunção, onde está preso.
Flavio Acosta Riveros, sobrinho de Neneco e um dos supostos pistoleiros que executaram Pablo Medina, está preso no Brasil. A Justiça do Paraguai aguarda sua extradição para o país vizinho. Wilson Acosta Marques, irmão de Neneco e que teria sido o autor dos tiros, continua foragido.
Pablo Medina era repórter do jornal ABC Color, o mais ifluente do Paraguai, e publicava denúncias ligando Neneco ao tráfico internacional de drogas. Na época do crime, o acusado era prefeito de Ypehjú. O motorista de Neneco, Arnaldo Cabrera, foi condenado a cinco anos de prisão por participação no duplo homicídio.
Entre as pessoas ouvidas duramente o julgamento, que não tem previsão de quando vai acabar, estava o irmão de Pablo Medina, Gaspar Medina Velázquez. Segundo ele, o jornalista sabia do risco que corria, já que sofria constantes ameaças e estava com medo.