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Interior

Justiça concede liberdade a suspeito de matar esposa grávida

Fernando Chucarro Dias teve alvará de soltura expedido e deve cumprir medidas cautelares

Por Gustavo Bonotto | 11/04/2024 21:46
Fernando Chucarro Dias teve soltura expedida pela Comarca de Ponta Porã. (Foto: Reprodução/Facebook)
Fernando Chucarro Dias teve soltura expedida pela Comarca de Ponta Porã. (Foto: Reprodução/Facebook)

Preso desde 3 de março pela suspeita de agredir a ex-companheira, que morreu após 10 dias de internação, Fernando Chucarro Dias, de 35 anos, teve o alvará de soltura expedido na tarde desta quinta-feira (11).

A informação foi confirmada pela defesa do acusado, o advogado Welerson Cezar de Oliveira. Fernando responderá em liberdade tendo em vista ter condições "[...] favoráveis benéficas encontradas nos autos, bem como predicados pessoais", destaca a nota enviada à imprensa.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, o suspeito foi transferido da delegacia de Bela Vista para o presídio de Jardim, onde encontra-se neste momento. Fernando deve cumprir medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, e está proibido de se aproximar dos familiares da vítima, assim como ter contato com eles seja por qualquer meio de comunicação.

A defesa ressaltou nas movimentações processuais que, durante a busca na casa, não foi encontrada nenhuma prova que “desabonasse sua conduta” e ao mesmo tempo que os policiais vistoriaram a casa, ele se apresentou na delegacia de Bela Vista à época dos fatos.

“Ele se apresentou de forma espontânea com a defesa e lá foi cumprido o mandado de prisão preventiva. No entanto, ele nega veementemente todas as acusações e nós vamos apresentar provas para sustentar a defesa”, pontuou o documento.

Histórico - Gisely Duarte Galeano, 35 de idade, morreu depois de sofrer aborto e passar dez dias internada. Em boletim de ocorrência registrado na DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Ponta Porã, onde a vítima morava, a irmã dela apontou o cunhado, Fernando, como autor das agressões que provocaram o aborto e a morte da vítima.

Segundo a comunicante, Gisely e Fernando moravam no Jardim Primor, em Ponta Porã. No dia 3 de fevereiro, ela teria sido agredida pelo marido e impedida por ele de acionar a Polícia Militar e de registrar ocorrência na Polícia Civil.

Como a vítima havia prometido denunciá-lo, Fernando foi embora para Bela Vista, onde moram seus familiares. No dia 5, Gisely conseguiu registrar a ocorrência, mas, segundo a polícia, não quis pedir medidas protetivas. A mulher já suspeitava que estava grávida, mas ainda não havia feito exame.

Ainda segundo a irmã, no dia 18, Fernando manteve contato com Gisely e ela viajou até Bela Vista para se encontrar com o marido. Conforme a denúncia, Gisely sofreu série de agressões assim que chegou a Bela Vista. No mesmo dia, retornou para Ponta Porã machucada, foi para a casa e não contou nada para ninguém.

No dia seguinte, a irmã foi de novo ao local e dessa vez conseguiu entrar. Gisely estava deitada no sofá reclamando de fortes dores abdominais. Com a ajuda do pai, a irmã a levou ao Hospital Cassems, onde foram contatados o aborto e derrame encefálico.

Devido à gravidade do caso, Gisely Galeano foi transferida até Dourados, mas não resistiu aos ferimentos.

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