Justiça decreta preventiva e filho de prefeita continua na cadeia
Na audiência de custódia desta tarde, juiz da 4ª Vara Criminal acatou parecer do MP e manteve prisão de Jorge Razuk Neto
Preso em flagrante por violência doméstica, Jorge Razuk Neto, 41, filho mais velho da prefeita Délia Godoy Razuk (PR), vai continuar na cadeia. A decisão foi tomada na tarde desta quinta-feira (29), durante audiência de custódia na 4ª Vara Criminal de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande.
Desde o final da tarde de ontem, Jorge Razuk Neto está na PED (Penitenciária Estadual de Dourados). Por volta de 13h de hoje, ele foi levado junto com outros detentos para a audiência de custódia no Fórum, na Avenida Presidente Vargas com Rua Antônio Emílio de Figueiredo, no centro.
A viatura da escolta da PM entrou no estacionamento e os policiais fecharam o portão quando os presos começavam a descer o carro. Não foi possível ver se Jorge Razuk estava entre eles, mas o Campo Grande News apurou que ele foi na mesma viatura para o Fórum e depois da audiência levado de volta para a PED.
“Acolho a representação feita pelo Ministério Público Estadual e converto a prisão em flagrante em preventiva. Expeça-se mandado de prisão em desfavor de Jorge Razuk Neto. Dê-se ciência à vítima quanto à decretação da prisão preventiva”, despachou o juiz.
A prisão – Jorge Razuk Neto foi autuado em flagrante na manhã de ontem na DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) por ameaça, apropriação indébita, desacato e violência doméstica após enforcar e ameaçar com uma faca a atual mulher, Fernanda Maria Vitória de Araújo, 40.
Ele também ameaçou o enteado, Kalkri Avatara Vitório Araújo Cirino, 18, que interferiu ao ver a mãe sendo enforcada, e conseguiu retirá-la das mãos do padrasto. Jorge Razuk ainda foi autuado por desacato contra os guardas municipais chamados para atender a ocorrência.
Por volta de 7h40 de ontem, a Guarda Municipal foi chamada para atender um caso de violência doméstica em uma residência localizada na Rua Izzat Bussuan, na Vila Aurora, região nobre de Dourados.
Quando a equipe comandada pelo subinspetor Ademar Cabral de Araújo chegou ao local, foi informada por Kalkri que seu padrasto estava tentando matar sua mãe. Fernanda e seus três filhos estavam na esquina, assustados e nervosos, segundo relataram os guardas.
Quando a equipe da GM se aproximou, Jorge teria começado a gritar que iria retirar a farda dos guardas e mandando-os cuidarem do patrimônio público, “que está abandonado”. Afirmou que só receberia a Polícia Militar. Jorge também teria ofendido o subinspetor Cabral, chamando-o de “viadinho” e pedindo para largar a arma e fosse para a briga com ele.
Policiais militares chegaram ao local e entraram no quintal. Após conversarem com o acusado, deixaram o local alegando que a Guarda Municipal tinha chegado primeiro e era responsável pela ocorrência.
Jorge Razuk só se acalmou com a chegada do comandante da Guarda Municipal, Sílvio Reginaldo Peres Costa. Ele conseguiu convencer o acusado a seguir até a Delegacia da Mulher. Jorge foi no próprio carro, segundo a ocorrência.
Kalkri contou que as agressões começaram quando Fernanda disse a Jorge Razuk que queria a separação. Nesse momento, o rapaz diz ter ouvido gritos e ao entrar no quarto do casal viu o padrasto enforcando Fernanda, prensando-a contra o guarda-roupa e segurando uma faca de cabo amarelo na outra mão.
O rapaz disse que conseguiu tirar a mãe das mãos de Jorge e correr com as irmãs pequenas e Fernanda para a rua, onde pediram ajuda aos vizinhos. Kalkri contou ter sido ameaçado por Jorge Razuk. Antes da Guarda Municipal chegar, ele saiu na frente da casa e o ameaçou, dizendo “você cresceu para cima de mim porque está fazendo academia e jiu-jítsu. Você vai ver, eu vou atrás de você”.