Justiça decreta prisão preventiva de servidores que permitiam "farra" em cadeia
O grupo está detido desde o dia 6 de janeiro, quando operação da Polícia Civil desmontou o esquema
O juiz da 2ª Vara Criminal de Ponta Porã converteu em preventivas as prisões temporárias de cinco policiais penais do presídio de Ponta Porã, investigados por integrarem organização criminosa que recebia propina para autorizar regalias e até facilitar a fuga de presos. O grupo está detido desde o dia 6 de janeiro, quando operação da Polícia Civil desmontou o esquema.
Segundo informações do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), durante a Operação La Catedral, foram apreendidos celulares, notebooks e computadores dos investigados, além de documentos e R$ 47.100. Sete veículos que estavam com os servidores também foram levados para a delegacia e agora, eles terão de provar origem lícita na compra.
Além do crime de associação criminosa, os policiais penais estão envolvidos na prática de infrações, como concussão (vantagem para si ou para terceiros), corrupção passiva, favorecimento para entrada de celulares, entre outros crimes.
Entre os presos, está Carlos Eduardo Lhopi Jardim, de 40 anos, ex-diretor da Unidade Penal Ricardo Brandão de Ponta Porã. Além de Carlos Eduardo, foram presos: João Xavier Martins Neto, Justo Aquino Navarro, Luiz Carlos Soto e Maicom Thomaz Corrêa de Alencar. Todos foram encaminhados ao Presídio Militar, em Campo Grande.
Os policiais penais foram presos no dia 6, durante a Operação La Catedral, que descobriu esquema de facilitação para fuga no presídio, além dos policiais penais receberem propina para favorecerem celas regadas a luxo, como entrada de bebidas alcoólicas, carnes (in natura), celulares, chuveiro elétrico e até móveis planejados.
As imagens de uma das fugas foram divulgadas pelo Dracco. O caso aconteceu no dia 2 de fevereiro. Na imagem do próprio sistema de segurança da unidade, é possível ver um dos internos se aproximando da policial penal que cuida da "portaria" do presídio e conversar com ela. Os dois conversam por alguns segundos, até que outro preso se aproxima.
Neste momento, o primeiro suspeito rende a policial, a segura pelo pescoço e abre o portão de entrada da unidade. Em seguida, ele e o colega fogem a pé. Essa não foi a única fuga da unidade no ano passado. Dias depois, em 18 de fevereiro, outro interno escapou sozinho. Em julho, trio de presos saiu do presídio, da mesma maneira que os dois primeiros, pela porta da frente. Em outubro e novembro, as fugas misteriosas de presos continuaram.