Justiça nega liberdade a advogado suspeito de degolar mulher
Desembargador levou em conta indícios de que Alexandre França estaria obstruindo investigações
Desembargadores da 3ª Câmara Criminal negaram pedido de liberdade ao advogado Alexandre França Pessoa, 42 anos, preso pela suspeita de ter matado a ex-namorada, Fernanda Daniele de Paula Ribeiro dos Santos, 36 anos. A avaliação para negativa é que ele tentou dificultar a investigação, escondendo pertences e lavando peças de roupas.
O habeas corpus foi negado ontem (3), em decisão do relator, desembargador Jairo Roberto de Quadros.
O corpo de Fernanda Daniele Santos foi encontrado no dia 29 de abril, por volta das 6h20, em plantação de milho perto da MS-276, entre Nova Andradina e Batayporã. Fernanda foi degolada e o corpo arrastado para o local.
Alexandre está em prisão temporária de 30 dias, desde o domingo (2), concedida pela Justiça a partir dos elementos da investigação que o apontaram como suspeito da morte.
A defesa alega que a investigação está alicerçada em fundamentação “inidônea, genérica, calcada na gravidade abstrata do delito”. Também alega que ele é inocente, que há falhas na apuração policial e que o advogado tem problemas de saúde.
O relator, desembargador Jairo Roberto de Quadros, avaliou que há “expressivos indícios desfavoráveis ao paciente”, como rastreamento do telefone celular e da geolocalização que mostram trajeto dele condizente com área da casa de Fernanda e, depois, onde o corpo foi encontrado.
“Constam, também, indicativos de que aludido paciente estaria procurando dificultar a investigação que o caso exige, seja ocultando pertences ou procurando lavar peças de roupas e chinelos (...)”.
Sobre o alegado problema de saúde, o desembargador diz que não está contemplado na resolução da CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
O crime - A principal suspeita da polícia é de que o crime tenha motivação passional, contudo, as circunstâncias do feminicídio ainda estão sendo apuradas. Também não está descartada a participação de outra pessoa no crime.
A polícia chegou até o advogado depois de encontrar prints de conversas dele com Fernanda armazenadas no notebook da vítima. Os dois já tiveram um relacionamento.