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Interior

Justiça nega liberdade a advogado suspeito de degolar mulher

Desembargador levou em conta indícios de que Alexandre França estaria obstruindo investigações

Silvia Frias | 04/05/2021 11:40
Alexandre (xadrez) teve a prisão decretada por 30 dias, por determinação judicial (Foto: Jornal da Nova)
Alexandre (xadrez) teve a prisão decretada por 30 dias, por determinação judicial (Foto: Jornal da Nova)

Desembargadores da 3ª Câmara Criminal negaram pedido de liberdade ao advogado Alexandre França Pessoa, 42 anos, preso pela suspeita de ter matado a ex-namorada, Fernanda Daniele de Paula Ribeiro dos Santos, 36 anos. A avaliação para negativa é que ele tentou dificultar a investigação, escondendo pertences e lavando peças de roupas.

O habeas corpus foi negado ontem (3), em decisão do relator, desembargador Jairo Roberto de Quadros.

O corpo de Fernanda Daniele Santos foi encontrado no dia 29 de abril, por volta das 6h20, em plantação de milho perto da MS-276, entre Nova Andradina e Batayporã. Fernanda foi degolada e o corpo arrastado para o local.

Alexandre está em prisão temporária de 30 dias, desde o domingo (2), concedida pela Justiça a partir dos elementos da investigação que o apontaram como suspeito da morte.

A defesa alega que a investigação está alicerçada em fundamentação “inidônea, genérica, calcada na gravidade abstrata do delito”. Também alega que ele é inocente, que há falhas na apuração policial e que o advogado tem problemas de saúde.

Corpo de Fernanda foi encontrado em milharal (Foto/Reprodução)
Corpo de Fernanda foi encontrado em milharal (Foto/Reprodução)

O relator, desembargador Jairo Roberto de Quadros, avaliou que há “expressivos indícios desfavoráveis ao paciente”, como rastreamento do telefone celular e da geolocalização que mostram trajeto dele condizente com área da casa de Fernanda e, depois, onde o corpo foi encontrado.

“Constam, também, indicativos de que aludido paciente estaria procurando dificultar a investigação que o caso exige, seja ocultando pertences ou procurando lavar peças de roupas e chinelos (...)”.

Sobre o alegado problema de saúde, o desembargador diz que não está contemplado na resolução da CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

O crime - A principal suspeita da polícia é de que o crime tenha motivação passional, contudo, as circunstâncias do feminicídio ainda estão sendo apuradas. Também não está descartada a participação de outra pessoa no crime.

A polícia chegou até o advogado depois de encontrar prints de conversas dele com Fernanda armazenadas no notebook da vítima. Os dois já tiveram um relacionamento.

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