Mais uma vez, polícia do Paraguai solta ex-prefeito de Coronel Sapucaia
Condenado por mandar matar radialista em 2004, Eurico Mariano foi preso ontem em Capitán Bado e solto horas depois
O ex-prefeito de Coronel Sapucaia, Eurico Mariano, 64, ficou poucas horas na prisão em Capitán Bado, cidade paraguaia na fronteira com Mato Grosso do Sul, a 400 km de Campo Grande.
Acusado de mandar matar o radialista paraguaio Samuel Ramon, em 2004, Mariano está condenado a 17 anos de prisão no Brasil e voltou a ser preso ontem em Capitán Bado, mas logo em seguida foi colocado em liberdade por ordem da justiça do país vizinho, onde está refugiado.
Foi a segunda vez em 20 dias que Mariano é preso por agentes da Polícia Nacional e colocado em liberdade. A primeira vez foi no dia 19 de janeiro. Naquele mesmo dia, o ex-prefeito apresentou um habeas corpus da justiça do Paraguai e foi colocado em liberdade.
O promotor Hernán Mendoza, em entrevista à rádio ABC Cardinal, de Assunção, disse ontem que em janeiro não manteve o ex-prefeito preso porque Mariano apresentou o habeas corpus expedido por um juiz de Pedro Juan Caballero, garantindo o direito de circular livremente em território paraguaio.
Mendoza disse que o documento foi renovado em 2015, mas só seria válido se o ex-prefeito apresentasse antecedentes penais e judiciais de 2008, 2011 e 2015, o que não foi feito. Mesmo o promotor afirmando que o documento apresentado pelo ex-prefeito era falso, o político foi mais uma vez colocado em liberdade.
Crimes - O radialista Samuel Ramon foi morto em abril de 2004. Ao chegar em casa, no centro de Coronel Sapucaia, foi surpreendido por um homem de moto e atingido por vários disparos de pistola 9 milímetros.
No decorrer do processo, Eurico Mariano chegou a ser preso em razão de um mandado de prisão preventiva referente ao caso em 2005, mas foi solto graças a um habeas corpus do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Prefeito de Coronel de Sapucaia de 2001 a 2004, Eurico Mariano também foi processado por atirar contra José Segundo da Rocha após uma discussão em 2002, perto de um posto de gasolina. Rocha era funcionário do então prefeito e estava reivindicando flexibilização da jornada de trabalho.