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Interior

Mandante de execução, empresário é preso e solto em seguida

Fábio Willian Miranda foi detido em Ponta Porã, mas juiz entendeu que pena já tinha sido cumprida

Gustavo Bonotto e Helio de Freitas, de Dourados | 23/05/2023 17:00
Fábio durante júri, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Fábio durante júri, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

O empresário Fábio Willian Rodrigues Miranda, 42, o "Piroca", foi preso durante policiamento na região sul de Ponta Porã, município a 313 quilômetros de Campo Grande, na manhã desta terça-feira (23). Informada da prisão, a Justiça decidiu, no entanto, que ele já tinha direito ao regime aberto e o colocou em liberdade.

Conforme apurado pela reportagem, Fábio foi abordado pela Polícia Militar enquanto conduzia um veículo importado de cor preta. Durante a checagem dos documentos, foram constatados dois mandados de prisão em desfavor do motorista - um por roubo, expedido pela 2ª Vara Criminal de Ponta Porã em 16 de abril de 2020 e outro por homicídio, expedido pelo Tribunal do Júri de Campo Grande, em 1º de julho daquele mesmo ano.

Diante dos fatos, o veículo foi entregue ao irmão do empresário, que acompanhou toda a ação policial, pois não havia nada de irregular em relação ao carro. Já Fábio foi detido e encaminhado à 2ª Delegacia de Polícia para ficar à disposição da Justiça.

A polícia judiciária então comunicou ao Fórum da cidade que os mandados de prisão tinham sido cumpridos, mas a Justiça mandou colocá-lo em liberdade, pois está em regime aberto.

Foi o próprio Fábio Willian que entrou em contato com o Campo Grande News por e-mail e mensagem de WhatsApp para pedir a retirada da matéria do ar, alegando que a informação sobre a prisão não era verdadeira. Entretanto, a reportagem confirmou com a Polícia Civil que ele de fato foi preso, mas colocado em liberdade horas depois, por decisão da própria Justiça.

O mandado por homicídio foi pela morte de Oswaldo Fábio Soto Martins, de 37 anos, após sair do Centro de Triagem de Campo Grande, em 2016. Na época, o empresário foi enquadrado como o mandante da execução e disse que o crime foi cometido "em nome da amizade".

Fábio disse à polícia que mandou e participou da execução de Oswaldo por vingança ao suposto estupro da cunhada, esposa de seu irmão. Ao delegado Geraldo Marin, da 7ª Delegacia de Polícia Civil, ele disse na época que contratou um pistoleiro do Paraguai para matar.

O homem, morto com tiros de 9 milímetros, foi preso em flagrante sobre as acusações de sequestro e cárcere privado, lesão corporal dolosa, lesão corporal recíproca e violação de domicílio. Por já ter cumprido 22 dias em regime fechado no Centro de Triagem, Oswaldo recebeu o alvará de soltura e foi liberado durante a tarde. Foi morto logo em seguida.

O empresário é natural de Aral Moreira foi condenado a três anos por roubo na comarca de Ponta Porã e a cinco anos pelo homicídio na Capital. Nos dois casos, o regime para cumprimento das penas foi semiaberto.

(*) Matéria alterada às 20h57 para acréscimo de informações.

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