Menina de 12 anos, agredida pelo "companheiro" de 21 anos, foge de abrigo
Homem confessou agressão e ainda foi indiciado por estupro de vulnerável, por manter relação com a garota, negada por ele
A menina de 12 anos, agredida pelo “companheiro” de 21 anos, fugiu do abrigo para onde foi levada, depois da prisão dele, em Sidrolândia, a 74 quilômetros de Campo Grande. A Polícia Civil já encerrou os dois inquéritos contra ele, com indiciamentos por estupro de vulnerável e por lesão corporal.
A prisão pela agressão aconteceu no dia 19 de agosto, depois que a menina foi à Polícia Civil bastante machucada, dizendo que tinha sido agredida pelo namorado, com quem mantinha relacionamento há mais de um ano e com quem morava, com consentimento da família dele.
O homem confessou tê-la agredido, mas negou que mantivesse relações sexuais com a garota, informação desmentida pelo depoimento dela, que relatou a existência do relacionamento. Depois do exame de corpo de delito, os inquéritos foram finalizados e entregues ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) dentro do prazo de investigação para casos de réus presos, de 10 dias.
A delegada adjunta Thaís Duarte Miranda diz que recebeu a informação do Conselho Tutelar que a menina fugiu do abrigo ontem. O boletim de ocorrência de preservação de direito foi registrado. A reportagem tentou contato com o Conselho Tutelar para averiguar se a garota possa ter ido para casa de amigos ou familiares, mas não obteve retorno.
A situação familiar da menina é acompanhada pelo Conselho Tutelar e a rede de proteção há algum tempo. A mãe já havia perdido a guarda dela e havia alegado que não condições de cuidar da menina, “que era muito desobediente”. A tutela estava sob responsabilidade dos avós, mas, segundo a garota, eles sabiam da relação que mantinha com o homem de 21 anos.
De acordo com a delegada, os policiais foram até a casa dos avós para intimá-los a prestar depoimento, mas eles não haviam sido encontrados.
Na Polícia Civil, a garota recebeu atendimento psicólogo e prestou depoimento. “Ela não se vê como criança, acha que poderia manter relação, que poderia morar com ele”, disse a delegada. Mesmo quando a situação de estupro de vulnerável é apresentada à ela, a resposta é que “queria”. “Não entende que é uma criança”, diz a delegada.