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Interior

Ministério Público cobra instalação de UTI e banco de leite em Corumbá

Apesar de urgente, pedido é provisório pois a Ação Civil Pública ainda está pendente no STF

Por Kamila Alcântara | 25/04/2024 15:45
Mãe segura mãozinha de filho que acabou morrendo sem UTI em Corumbá, mesmo ao ser transferido a Campo Grande. (Foto: Arquivo Pessoal)
Mãe segura mãozinha de filho que acabou morrendo sem UTI em Corumbá, mesmo ao ser transferido a Campo Grande. (Foto: Arquivo Pessoal)

Após Ação Civil Pública, nesta quinta-feira (25), o MPMS (Ministério Público Estadual) ingressou com o pedido de cumprimento provisório de sentença que pede imediata instalação e funcionamento da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) mista e ativação do Banco de Leite Humano, em Corumbá - a 428 km de Campo Grande.

No pedido feito pelo promotor de justiça Pedro de Oliveira Magalhães, é solicitada a disponibilização de leitos neonatal e pediátricos, incluindo o atendimento em UTIs, em hospitais da rede pública. Caso não haja vagas, as crianças podem ser encaminhadas para a rede privada, sem prejuízo do transporte adequado.

Com prazo de um ano, também devem ser disponibilizadas equipes médica e de enfermagem, observado o quantitativo mínimo de cinco leitos, e a implementação de Serviço Assistencial de Gestão de Alto Risco.

É importante destacar que o cumprimento é provisório, porque a decisão final nos autos da Ação Civil Pública ainda está pendente de eventual recurso ao Supremo Tribunal Federal.

Oito anos de espera - Justiça estadual determinou em 2016 a implantação de UTIs neonatal no município. Ou seja, faz oito anos que a cidade, bem como a região pantaneira, que depende da maternidade da Santa Casa de Corumbá, já enfrentava problemas com a falta de leitos intensivos para recém-nascidos.

Ação foi impetrada pelo MPMS em março de 2015 e a sentença saiu 11 meses depois, em fevereiro do ano seguinte. Segundo o Ministério, entre 2008 e os primeiros cinco meses de 2014, “a maioria dos atendimentos neonatais da região, ou seja, 1.013, concentraram-se no próprio município, sendo outros 46 encaminhados para Campo Grande e um para Dourados”.

No mesmo período, 94,4% dos óbitos de recém-nascidos de 0 a 28 dias em Corumbá (135 ao todo) ocorreram  no município, sendo “10 apenas de janeiro a maio de 2014”.

Protesto - Após mais casos de mortes de recém-nascidos e até de mães na maternidade da Santa Casa de Corumbá, houve manifestação quanto ao descaso na cidade. Em 17 de março, mães e pais que perderam seus bebês choraram e clamaram por melhor assistência, como o Campo Grande News mostrou aqui.

Um dos casos mais recentes de óbitos de recém-nascidos em Corumbá a reportagem revelou aqui.

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