“Momento histórico”, avalia ruralista sobre Nhanderu Marangatu
Presidente da Famasul disse esperar que acordo no STF sirva de exemplo para outras áreas de conflito
O presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) chamou de “momento histórico” o acordo firmado na quarta-feira (25) para resolver a disputa entre indígenas e produtores rurais pela posse de 9,3 mil hectares demarcados como o Território Nhanderu Marangatu, no município de Antônio João.
Marcelo Bertoni participou da reunião que durou sete horas, comandada pelo ministro Gilmar Mendes e com participação de representantes da União, do Governo do Estado, dos produtores rurais e dos guarani-kaiowá.
A área é disputada há quase 30 anos entre indígenas e fazendeiros e já foi palco de vários confrontos com mortes, a mais recente a de Neri Ramos da Silva, 23, ocorrida no dia 18 deste mês.
“Este é um momento histórico no Brasil e esperamos que sirva de exemplo sobre a importância do diálogo para a resolução de conflitos. Há 30 anos, a Famasul e a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) trabalham incansavelmente para este momento, respeitando a temporalidade dos casos”, afirmou Marcelo Beroni.
O líder ruralista fez questão de agradecer à senadora Tereza Cristina (PP-MS) e ao governador Eduardo Riedel, que, segundo ele, não mediram esforços para firmar o acordo.
“Também faço agradecimento ao ministro Gilmar Mendes e aos juízes auxiliares. Que este seja o primeiro de muitos outros casos a serem resolvidos para que juntos possamos colocar ponto final na injustiça causada aos indígenas e aos produtores rurais”, afirmou Marcelo Bertoni.
De acordo com a Famasul, o acordo firmado no STF prevê indenização das benfeitorias e do VTN (Valor da Terra Nua) da área. O valor estimado, de R$ 146 milhões, será pago em cooperação entre União e o Estado de Mato Grosso do Sul. A proposta será submetida agora à aprovação do colegiado da Corte.
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