Morador encontra sucuri de 3 metros na frente da garagem de casa
Segundo a PMA, aparecimento de animais silvestres em área urbana acontece devido período de cheias dos rios e altos índices de queimadas na região pantaneira
Morador da região central de Ladário - distante 419 km de Campo Grande se assustou ao se deparar com uma cobra sucuri de 3 metros, por volta das 6 horas de hoje (6) em frente a garagem de sua casa.
O homem acionou o Corpo de Bombeiros, que resgatou o réptil e o libertou em uma área próxima ao rio Paraguai. A situação já é rotineira em Ladário e Corumbá, já que este é o quarto resgate de cobra na primeira semana de 2017 nos dois municípios.
Mas, a situação é atípica, mesmo em se tratando de região pantaneira, principalmente se tratando de espécie sucuri. "Há grande incidência de aparecimento de cobras nos dois municípios e, no caso da sucuri isso não é comum, já que o animal não gosta de área urbana, não costuma sair da mata", explica o cabo do Corpo de Bombeiros, André Marti.
Segundo a PMA (Polícia Militar Ambiental) de Corumbá, dois fatores influenciam o comportamento atípico dos répteis, que também refletem em outros animais silvestres: a temporada de cheia dos rios e a ação humana, que colocou Corumbá em primeiro lugar no ranking de queimadas do País em 2016, segundo levantamento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
"Começou a temporada de cheias dos rios e tem chovido muito na região nas últimas semanas. Outro grande problema sãos os constantes focos de queimadas, o que obriga os animais a fugirem do seu habitat natural para a área urbana", explica o tenente da PMA, Diego Ferreira.
Queimadas - A região corumbaense registrou 4 mil focos de queimada em 2016. O número é o maior do país, segundo dados do Inpe. Em segundo lugar no Brasil, aparece Porto Velho, em Rondônia, com 3.594 registros de incêndios florestais. São 424 focos a menos do que a cidade sul-mato-grossense localizada na fronteira com a Bolívia.
Em 2016 foram resgatados em Corumbá e Ladário 253 animais silvestres em áreas urbanas. Os animais feridos são encaminhados à PMA para tratamento e os demais, liberados em áreas nativas. A maioria dos resgates, segundo o Corpo de Bombeiros foram de cobras de espécies variadas, capivaras, jacarés, tamanduás e tuiuius.