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Interior

Motorista de carga recorde de maconha pega seis anos em regime semiaberto

Leandro Alves Tavares está no presídio de Dourados e ainda hoje deve ser colocado em liberdade

Helio de Freitas, de Dourados | 19/11/2021 13:18
Carreta com 36,5 toneladas de maconha, maior apreensão do Brasil, em julho deste ano. (Foto: Adilson Domingos)
Carreta com 36,5 toneladas de maconha, maior apreensão do Brasil, em julho deste ano. (Foto: Adilson Domingos)

Leandro Alves Tavares, 32, preso em julho deste ano com 36,5 toneladas de maconha, a maior carga da droga já apreendida em toda a história do País, foi condenado a 6 anos, 11 meses e 10 dias de reclusão em regime semiaberto.

A sentença foi dada hoje pelo juiz Mario Cesar Mansano, da comarca de Deodápolis, onde a carga foi apreendida por policiais militares rodoviários no dia 10 de julho deste ano. Além da maconha, a carreta transportava soja a granel para esconder os fardos de droga.

Recolhido na PED (Penitenciária Estadual de Dourados) há quatro meses, Leandro deve sair ainda hoje da cadeia, já que na sentença, o magistrado revogou a prisão preventiva e determinou expedição do alvará de soltura.

Na mesma decisão, o juiz mandou devolver o dinheiro, o celular, a corrente, a pulseira e o anel de ouro que estavam com o motorista, segundo ele, por não ter sido comprovada a relação com o tráfico, mas decretou o perdimento, em favor da União, da carreta Scania, onde estavam os fardos de maconha.

O crime de tráfico de drogas prevê pena de 5 a 15 anos de reclusão, mas o juiz acatou a tese da defesa – feita pelo advogado douradense Renan Pompeu – e desqualificou a parte da denúncia do Ministério Público que pedia condenação por tráfico entre estados.

Policiais responsáveis pela apreensão ouvidos como testemunhas afirmaram que Leandro Tavares havia informado como destino da carga o porto de Santos (local onde a soja seria descarregada), mas o motorista disse em juízo que a maconha seria entregue em Três Lagoas (MS).

“Não se pode reconhecer a majorante [agravante da pena] tão somente com base no contrato indicando que a soja seria destinada a Santos/SP, sob pena de basear o agravamento da pena em mera suposição de que a droga também teria tal destino, o que não se admite”, afirmou o juiz Mario Cesar Mansano.

A apreensão – Na tarde de sábado, 10 de julho, policiais militares rodoviários interceptaram a carreta bitrem na rodovia MS-276, no distrito de Lagoa Bonita.

Leandro Tavares apresentou nervosismo acima do normal e levantou suspeita dos agentes. Após vistoria no compartimento de carga, os policiais encontraram os fardos de maconha em meio à soja em grãos.

A carga superou em quase 3 toneladas a apreensão feita pelo DOF (Departamento de Operações de Fronteira) no dia 26 de agosto de 2020, em Maracaju, até então, o maior carregamento de maconha já apreendido no Brasil.

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