MPF pede que 5 acusados por morte de indigena sejam levados a júri
MPF sustenta que. há 6 anos, proprietários rurais se armaram para ataque que matou 1 e deixou 6 feridos
O MPF (Ministério Público Federal) apresentou alegações finais pedindo que os cinco proprietários rurais denunciados por ataques contra indígenas em Caarapó sejam levados a julgamento pelo Tribunal do Júri.
Em 14 de junho de 2016, no ataque ao acampamento montado na fazenda Yvú, invadida dois dias antes, o agente de saúde indígena Clodioude Aquileu Rodrigues de Souza, 26, foi morto a tiros e pelo menos outros seis indígenas ficaram feridos.
Os proprietários rurais teriam organizado e executado, com cerca de 40 caminhonetes, auxílio de três pás carregadeiras e mais de 100 pessoas, muitas delas armadas, o ataque à comunidade Tey Kuê. Eles retiraram à força um grupo de aproximadamente 40 indígenas guarani kaiowá de uma propriedade ocupada por eles.
O indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza foi assassinado com um tiro no abdômen e outro no tórax. Outros seis indígenas, inclusive uma criança de 12 anos, foram atingidos por disparos e ficaram gravemente feridos. Dois índios sofreram lesões leves e a comunidade foi constrangida violentamente a deixar a área.
Após longa tramitação do processo, o MPF entendeu que o conjunto probatório levantado durante a fase investigatória e ratificados em juízo demonstram de forma inequívoca a existência de crime doloso contra a vida e suficientes indícios de sua autoria para que os acusados sejam levados ao julgamento pelo Tribunal do Júri.