ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 29º

Interior

Mudança no leito do Rio Formoso pode ser causa de água turva mesmo sem chuva

Unidos da Serra da Bodoquena e Fundação Neotrópica do Brasil avaliam mudança repentina de turbidez

Gabriela Couto | 11/05/2021 16:00

Pesquisadores desceram o Rio Formoso até local do turvamento onde identificaram desbarrancamento de sedimentos (Foto Redes Sociais)
Pesquisadores desceram o Rio Formoso até local do turvamento onde identificaram desbarrancamento de sedimentos (Foto Redes Sociais)

Desde o dia 21 de abril os balneários de Bonito registram o turvamento das águas, que só era registrado no período das chuvas. O primeiro registro de mudança repentina da turbidez do Rio Formoso, sem registro pluviométrico, motivou um estudo da Fundação Neotrópica do Brasil em parceria com o grupo Unidos da Serra da Bodoquena.

Os pesquisadores realizaram o levantamento de imagens aéreas, análise de parâmetros físico-químicos da água e foram in loco até o ponto de turvamento do rio. “Não temos como afirmar que houve uma alteração antrópica direto. Identificamos o desbarrancamento direto no rio.  Tem a possibilidade da hidrologia da região estar sendo alterada devido a uma grande enchente registrada em 2017”, explicou o biólogo da fundação, Guilherme Dalponti.

Outra possibilidade apontada pelo especialista é um efeito acumulativo de enchentes dos últimos anos. O fato é que o rio continua nas mesmas condições do dia 21 de abril, apresentando turbidez alta na água que vai para as áreas mais utilizadas como balneários e atrativos turísticos da região.

Os pesquisadores afirmam que o local onde ocorre o desbarrancamento é uma área remota, o que abre um alerta para formalizar melhor a proteção dos banhados. “É um ambiente frágil e muito importante para a manutenção da qualidade da água. Precisamos discutir com a comunidade as medidas de conservação do solo que devemos tomar”, concluiu.

Conforme o relatório, "o Rio Formoso está provocando o intemperismo de um depósito de micritas inconsolidadas em função de uma mudança de curso natural. Essas rochas são formadas por depósitos de partículas, conchas e carapaças calcárias. Devido as partículas arenosas em suspensão e das condições físico-químicas que favorecem a precipitação do calcário e não de sua dissolução, é pertinente creditar que a turbidez elevada se dê pelas causas naturais relatadas."

Com o resultado do estudo publicado nesta semana, os responsáveis pela pesquisa e agentes interessados na preservação da Serra da Bodoquena estão organizando uma data em comum até o final de maio para abrir uma consulta pública para tratar da situação. Confira o vídeo da análise in loco no Rio Formoso:



Nos siga no Google Notícias