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Interior

Mulher foi morta com 58 golpes de canivete em “ataque de fúria” do marido

Jailton Pereira dos Santos confessou que matou Mariana Agostinho Defensor na frente das filhas pequenas

Por Helio de Freitas, de Dourados | 25/09/2024 15:12
Viatura da Polícia Civil no local onde corpo de Mariana foi encontrado, ontem à tarde (Foto: Divulgação)
Viatura da Polícia Civil no local onde corpo de Mariana foi encontrado, ontem à tarde (Foto: Divulgação)

Vítima de feminicídio, Mariana Agostinho Defensor, 32, foi morta com 58 estocadas de canivete na frente das filhas pequenas, de um e três anos. Depois, teve o corpo jogado em um canavial no município de Ivinhema. Dos 58 golpes, 17 foram desferidos no rosto dela.

Para a polícia, Jailton Pereira dos Santos, 33, marido da vítima e pai das crianças, cometeu o crime “em ataque de fúria”. O casal havia discutido horas antes por Mariana demorar para chegar em casa, no domingo (22), e por se negar a acompanhar o marido em uma festa. Essa foi a versão do criminoso. Não havia histórico de violência entre eles.

Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (25), o delegado Gustavo Oliveira dos Santos revelou detalhes das investigações e da confissão feita por Jailton quando ele ainda estava internado no Hospital da Vida, em Dourados.

O feminicida teria tentado acabar com a própria vida logo após o crime e chegou a ficar entubado com lesão na cervical, mas ele próprio retirou os aparelhos quando ainda estava hospitalizado em Dourados. Agora, está recolhido na cadeia de Ivinhema.

Jailton contou que após a discussão em casa, no domingo, chamou a mulher e as duas filhas pequenas para saírem de carro e foi em direção à zona rural. Ao lado de uma lavoura de cana, ele parou o carro e teria ocorrido nova discussão.

O delegado Gustavo Oliveira dos Santos em entrevista coletiva (Foto: Jornal da Nova)
O delegado Gustavo Oliveira dos Santos em entrevista coletiva (Foto: Jornal da Nova)

Armado com o canivete, o homem golpeou a mulher por 58 vezes, principalmente no rosto. As duas crianças assistiram o pai matar a mãe delas.

Após matar a esposa, Jailton a pegou no colo e andou por oito metros dentro do canavial, onde deixou o corpo. Depois, voltou para o carro. As filhas perguntaram da mãe e ele disse que Mariana ia dormir ali naquela noite, e que precisavam ir para casa.

Jailton, então, voltou para a cidade e foi até a casa da mãe de Mariana. Em frente a residência, avisou que deixaria as crianças com a avó materna e foi embora.

Na região da Gleba Vitória, pediu uma corda numa propriedade alegando que precisava rebocar o carro. Depois, ligou para uma pessoa conhecida para dizer que iria se matar e para informar o local onde estaria seu corpo.

Ele amarrou uma ponta da corda na porta do carro, um Gol vermelho, e a outra ponta no pescoço, tentando se enforcar. Avisada sobre o possível suicídio, a polícia foi ao local e encontrou Jailton desacordado. No carro, encontrou o canivete e os bancos sujos de sangue e o celular de Mariana.

“Desde o princípio ele foi tratado como suspeito. Depois, no hospital, ele confessou que matou Mariana na frente das filhas”, disse o delegado. “O feminicídio é uma doença que ainda não tem cura”.

Segundo o policial, não havia nenhum registro de violência envolvendo o casal. Jailton Pereira dos Santos foi autuado por feminicídio por motivo fútil, por meio cruel e por recurso que dificultou a defesa da vítima. O corpo de Mariana foi localizado ontem à tarde. Ela ficou desfigurada pelas estocadas.

Mariana Agostinho Defensor, morta pelo marido na frente das filhas pequenas (Foto: Reprodução)
Mariana Agostinho Defensor, morta pelo marido na frente das filhas pequenas (Foto: Reprodução)

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