Mulheres protestam cobrando prisão de acusado de assassinato em milharal
Homem de 30 anos se apresentou na quinta-feira, foi indiciado e liberado; identidade dele foi encontrada no local do assassinato
Pelo menos 50 mulheres indígenas protestaram hoje (10) em frente à 2ª Delegacia de Polícia de Dourados, a 233 km de Campo Grande, para cobrar a prisão de Adelson Carmen David, 30, principal suspeito de matar Bruna Peixoto, 22, no dia 31 de março.
O corpo foi encontrado na segunda-feira (2). Adelson se apresentou na quinta-feira (5) e negou o crime, mas foi indiciado por homicídio e liberado para aguardar as investigações em liberdade.
Ele afirma ter dado carona para Bruna, mas alega inocência sobre a morte. Disse que o pneu de seu carro furou e como estava sem estepe, teria deixado a mulher na estrada e foi atrás de conserto para o pneu.
A polícia afirma que o documento de identidade do suspeito foi encontrado próximo ao corpo, em uma lavoura de milho. Bruna estava nua e foi estrangulada. Existe suspeita de que ela tenha sido estuprada.
Amigas e familiares de Bruna levaram faixas e cartazes para protestar contra a liberdade de Adelson. A mãe de Bruna, Fátima Benites, negou a história contada por ele, de que é amigo da família e por isso aceitou dar carona para a mulher, no dia em que ela desapareceu.
Bruna morava na aldeia Jaguapiru e o corpo foi encontrado perto da aldeia Panambizinho, no distrito de Panambi, onde Adelson mora. “É mentira dele, ninguém conhecia ele lá em casa, queremos ele na cadeia porque minha filha está morta e nem sei como tenho forças para estar aqui”, disse Fátima em entrevista à rádio Grande FM.
Se Adelson não for preso, as mulheres indígenas ameaçam bloquear a MS-156, que liga Dourados a Itaporã e corta a aldeia Jaguapiru. O inquérito sobre o assassinato é conduzido pelo delegado Cristian Carvalho, da 2ª DP.