Mulheres são presas extorquindo família de ex-político levado por terroristas
Óscar Denis Sánchez foi sequestrado no dia 10 de setembro pelo Exército do Povo Paraguaio
Duas mulheres da comunidade indígena Yakye Axa, no município de Presidente Hayes, no Chaco paraguaio, foram presas nesta quinta-feira (5) acusadas de extorquir a família do ex-vice-presidente do Paraguai Óscar Denis Sánchez.
Ele foi sequestrado de sua fazenda na região de Bella Vista Norte, a 60 km da fronteira com Mato Grosso do Sul, no dia 10 de setembro deste ano, pelo EPP (Exército do Povo Paraguaio) e até hoje está em poder dos terroristas.
Agentes do Departamento Antissequestro da Polícia Nacional e do Ministério Público paraguaio apreenderam com as mulheres o celular usado para trocar mensagens com familiares do pecuarista de 74 anos. Elas afirmavam falsamente que tinham informações sobre a localização dele e pediram dinheiro.
Óscar foi vice-presidente de Federico Franco de 2012 a 2013. Como Franco era vice do então presidente Fernando Lugo, destituído do cargo em junho de 2012, Óscar foi nomeado pelo Congresso paraguaio como vice-presidente. Antes tinha sido deputado e senador.
“Esse tipo de situação joga com a dor da família”, afirmou uma das filhas de Óscar, Beatriz Denis, porta-voz da família. Em entrevista coletiva após a prisão das mulheres, ela informou que as golpistas mandaram mensagem para uma rádio do Paraguai pedindo contato com os familiares. A partir daí começou a extorsão.
Inicialmente o contato foi feito apenas por mensagens de texto, mas logo depois uma das mulheres passou a conversar com os familiares através de ligações. Ela se apresentava como “Maria do EPP” e dizia que Óscar estava bem e logo seria libertado.
O valor pedido pelas golpistas não foi informado. Após o sequestro, o EPP só fez contato com a família uma vez, para pedir doações de alimentos a trabalhadores rurais da região. A maioria dos agricultores recusou os donativos.
O Ministério Público do Paraguai identificou como captores do ex-vice-presidente três adultos e três adolescentes, dois deles indígenas. Os adultos foram identificados como Esteban Marín López, Luciano Argüello e Rubén Darío López.
Como não foram localizados, eles estão sendo processados à revelia por terrorismo, associação terrorista, privação de liberdade e extorsão agravada.