Municípios que dependem da pesca adotam o ecoturismo na piracema
A partir do dia 5 de novembro a pesca estará proibida nos rios de Mato Grosso do Sul devido ao período de piracema, quando os peixes sobem os rios para desovar. No Estado, pelo menos três municípios tem a pesca como uma das principais atividades que movimenta a economia.
Em Corumbá - distante 419 km de Campo Grande, a pesca esportiva movimenta cerca de R$ 100 milhões ao ano, com o fluxo de 46 mil turistas que vão para o município em busca da fartura de peixes do rio Paraguai. Além das pousadas, os turistas ainda têm a opção de passear pelo rio em um barco-hotel.
De acordo com a presidente da Fundação de Turismo de Corumbá, Helenemarie Dias Fernandes, o município faz um trabalho de divulgação e ampliação do turismo para atrair turistas também na baixa temporada, período de três meses em que a pesca está fechada, geralmente de novembro à fevereiro.
"Nós trabalhamos o ano inteiro participando de feiras direcionadas para pesca esportiva e o turismo no Pantanal em todo o país, sempre com o objetivo de divulgar a cidade e captar novos clientes", conta ela ao afirmar que a procura é tão grande que algumas pessoas fazem suas reservas até um ano antes da viagem.
Como alternativa a pesca, os corumbaenses aprenderam a explorar outras formas de turismo, como é o caso do ecoturismo, que engloba roteiros ecológicos e passeios contemplativos. "Temos roteiros de água e terra, que passam pelo rio Paraguai e pela estrada park, sempre observando as características da região e principalmente os animais", explica Helenemarie.
O mesmo sistema foi adotado em Coxim - município distante 260 km de Campo Grande. " Estamos trabalhando essa questão já faz um tempo, juntamente por que notamos que tem diminuindo a procura pela pesca e a pratica tende a acabar, principalmente pelas legislações ambientais. O que é uma tendência internacional", afirma o gerente municipal de Turismo, Ariel Albalbrecht.
A pesca esportiva atrai 30 mil turistas por ano para Coxim, que movimentam cerca de R$ 50 milhões. O município conta com 400 ranchos pesqueiros, sendo que 80% deles utilizam o rio Taquari para a prática da pesca. Nos três meses em que a prática não é permitida, o foco se vira par aos passeios ecológicos.
"Temos o turismo de contemplação fora do período de pesca, além disso temos passeios de chalana pantaneira pelo rio Taquari e também fazemos ações sociais como a expedição fluvial que leva cultura às comunidades ribeirinhas", afirma Ariel. Ainda durante a piracema, os empresários aproveitam para fazer manutenção nos equipamentos e se preparar para o próximo ano.