"Nenhum estado se desenvolve com pobreza", diz Riedel na abertura da Expoagro
Evento, que vai até 21 de maio, pode movimentar R$ 1 bilhão em negócios
A 57ª edição da Expoagro, realizada pelo Sindicato Rural de Dourados, foi aberta durante a noite desta sexta-feira (12), a 251 quilômetros de Campo Grande. A organização do evento informou que deve movimentar, entre hoje e 21 de maio, mais de R$ 1 bilhão em negócios. A expectativa também é de atrair mais de 100 mil pessoas durante todo o circuito.
O governador Eduardo Riedel (PSDB) seguiu a linha apresentada à imprensa durante coletiva realizada na entrada do evento. Após agradecer aos deputados pelo apoio na Alems (Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul), o tucano afirmou que os últimos 15 anos foram tomados por transformação profunda em todo o País.
"Mato Grosso do Sul faz parte desse avanço. Agora, passamos por outro fenômeno, que é a industrialização do Estado. Temos quatro grandes plantas de celulose na região leste do Estado. É um desafio em que o poder público é chamado para apoiar a ajudar a gerar desenvolvimento", discorreu.
Sobre crises na atividade, Riedel pontuou que não irá admitir nenhuma desordem. "Temos de criar alternativa para quem está à margem desse desenvolvimento. Temos que entender que cada uma dessas comunidades querem apoio, ajuda com política pública, para que tragam essas pessoas para a cidadania. Nenhum Estado se desenvolve com pobreza", concluiu.
Para Ângelo Ximenes, presidente do sindicato, o agronegócio depende de ações essenciais para crescer. O titular reforçou que políticas públicas precisam ser adotadas para garantir segurança a quem produz. "Se há bandido na história, com certeza não é o homem do campo. O agro continuou firme na pandemia, sendo a mola da economia. O desenvolvimento sustentável é a maior força de nosso Estado".
Em seu discurso de abertura, o prefeito Alan Guedes (PP) pontuou que a feira se tornou a maior de Mato Grosso do Sul, e reforçou a cobrança por segurança jurídica aos produtores rurais. "Produtor quer segurança para produzir o que ele sabe fazer da porteira para dentro”.
Conforme noticiado pelo Campo Grande News, deputados de Mato Grosso do Sul querem pleitar com o governo federal a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) de indenização a produtores rurais antes da definição do Marco Temporal, que está nas mãos na ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber.
Em reunião, na última quarta-feira (10), os parlamentares federais Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende (PSDB), com participação da bancada estadual de Pedro Pedrossian Neto (PSD) e Zeca do PT, se encontraram com os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Simone Tebet (Desenvolvimento).
Resende, que esteve em Brasília (DF), disse que continua a pedir apoio para viabilizar a proposta de pagar indenização pelas terras demarcadas para distensionar o clima de confronto por causa de ocupações de terras por indígenas e sem-terra.
No evento, o parlamentar Rodolfo Nogueira (PL) afirmou que o setor agropecuário vive um embate difícil. Popularmente conhecido como "o gordinho do Bolsonaro", o deputado disse a nova atração da TV Globo, "Terra e Paixão", se trata de "jogada de marketing para colocar o produtor rural como bandido" e pontuou que irá apresentar moção de repúdio contra a novela, na Câmara dos Deputados.
Ainda com a palavra, Nogueira exclamou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu o agro como inimigo número um. "Na CPI, vamos atrás para saber quem está por trás dessa baderna das invasões, chegou a hora de passar esse assunto a limpo".