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Interior

Oito guardas municipais de Ponta Porã são presos por extorquir muambeiros

Prisões foram feitas nesta terça-feira pelo Gaeco, na segunda fase da Operação Deviare

Helio de Freitas, de Dourados | 31/01/2023 09:01
Viatura do Gaeco durante cumprimento de mandados hoje em Ponta Porã (Foto: Divulgação)
Viatura do Gaeco durante cumprimento de mandados hoje em Ponta Porã (Foto: Divulgação)

Oito guardas civis municipais de Ponta Porã (a 313 km de Campo Grande, na fronteira com o Paraguai), foram presos na manhã desta terça-feira (31) na segunda fase da Operação Deviare, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Com apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar, o Gaeco cumpre também 17 mandados de busca e apreensão no âmbito da investigação que apura o envolvimento de 15 integrantes da GCMFron (Guarda Civil Municipal Fronteira) com cobrança de propina de criminosos, especialmente muambeiros que trazem produtos contrabandeados do Paraguai.

A primeira fase da operação foi desencadeada em setembro do ano passado, quando quatro guardas foram presos acusados de desviar armas e munições que estavam em depósito controlado por traficantes.

Após análise do material apreendido, especialmente celulares, o Gaeco descobriu quadro de corrupção sistêmica por parte dos guardas municipais das cidade.

Segundo o grupo especial do Ministério Público, os agentes usavam suas funções públicas para rotineiramente obter vantagens indevidas de pessoas em situação ilegal, sobretudo de pequenos contrabandistas (“sacoleiros”). “Não raro, os guardas municipais também se apropriavam de cargas irregulares, a exemplo de cigarros e armas”, segundo o Gaeco.

Conforme a investigação, o esquema chegou a tal ponto que os guardas integravam grupo de whatsapp denominado “Laranjas Podres”, através do qual se comunicavam e tratavam de ilícitos. Alguns deles também se dedicavam ao tráfico de armas e munições na região de fronteira.

Os mandados foram cumpridos hoje nos imóveis dos investigados e no quartel da Guarda Civil Municipal. Segundo o Gaeco, o nome da operação faz alusão ao ato de desviar (em italiano), já que a investigação começou em razão do desvio de armas e munições durante ocorrência de tráfico de drogas, em agosto de 2021.

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