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Interior

Órgãos indígenas não foram avisados sobre ação de reintegração, afirma Cimi

Aliny Mary Dias | 30/05/2013 13:19
Ação começou na manhã desta quinta-feira (30) (Foto: João Garrigó)
Ação começou na manhã desta quinta-feira (30) (Foto: João Garrigó)

O Cimi (Conselho Indigenista Missionário) em Mato Grosso do Sul acompanha a ação de reintegração de posse da Fazenda Buriti ocorrida na manhã desta quinta-feira (30) em Dois Irmãos do Buriti. Conforme o assessor jurídico do órgão, Luiz Henrique Eloy, a ação da Polícia Federal "foi errada", porque a Funai (Fundação Nacional da Índio) e o Conselho não foram avisados sobre a reintegração que acabou com um índio morto e outros 5 feridos.

“Nossa postura é contra o ato da polícia de fazer a reintegração sem a presença de autoridades de defesa dos direitos humanos”, afirma o advogado.

O indígena Oziel Gabriel, de 35 anos, morreu e pelo menos outros cinco ficaram feridos durante o confronto com a polícia. Quatro foram levados para o hospital beneficente Dona Elmira Silvério Barbosa, em Sidrolândia. Outro indígena deu entrada no Hospital de Dois Irmãos do Buriti.

Luiz explica ainda que o Cimi ficou sabendo da ação logo cedo quando indígenas ligaram para informar sobre a ação truculenta dos policiais.

“Todos foram pegos de surpresa e isso é resultado de um descaso do Governo Federal em resolver a situação da demarcação de terra. É a própria omissão do Governo que causa essas morter”, diz Luiz.

Uma equipe do Conselho segue para Sidrolândia com objetivo de acompanhar as ações e apoiar a comunidade indígena e a família de Oziel Gabriel, de 35 anos, morto durante o confronto.

Confronto - A fazenda foi invadida pelos terenas em 15 de maio. No mesmo dia, saiu uma decisão para que os índios deixassem o local. Mas a reintegração não foi cumprida no dia 18 e a decisão acabou suspensa até ontem, quando foi realizada audiência na Justiça Federal. Sem acordo entre as partes, o juiz Ronaldo José da Silva determinou o cumprimento da reintegração de posse.

Os índios reivindicam 17 mil hectares da aldeia Buriti que estão na posse de fazendeiros e que foram identificados em 2011 como terra indígena.

A operação da manhã desta quinta conta com a Polícia Federal, Polícia Militar, Bombeiros, médicos do Samu e policiais da Companhia de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais (Cigcoe).

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