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Interior

Índios relatam desocupação violenta e com muitos feridos, diz deputado

Aline dos Santos | 30/05/2013 11:10
Barreira da PF impediu a entrada de jornalistas. (Foto: João Garrigó)
Barreira da PF impediu a entrada de jornalistas. (Foto: João Garrigó)

Uma desocupação violenta e com muitos feridos. Segundo do deputado estadual Pedro Kemp (PT), ligado à questão indígena, estas duas informações lhe foram passadas por diversas pessoas, que desde às 10h30, ligam para o seu celular em busca de auxílio.

“Estou conversando com várias entidades, com o MPF [Ministério Público Federal]. Mas não temos muito o que fazer, é uma decisão judicial. Relataram que estão acontecendo excesso e abusos, quer foi muito violenta”, afirma o parlamentar.

Marcada por confronto entre índios e policiais, a reintegração de posse deixou cinco terenas feridos e um morto. Oziel Gabriel, 35 anos, morreu no hospital beneficente Dona Elmira Silvério Barbosa.

Os terenas foram levados ao hospital em carros de terceiros e caminhonete da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena).

Bastante nervoso, um indígena, que não quis se identificar, relatou que cerca de 50 policiais federais e da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) chegaram às 6h da manhã. Ele relata que foram pegos de surpresa, pois aguardavam serem intimados da decisão por um oficial de justiça. Os índios resistiram e houve confronto.

A fazenda foi invadida pelos terenas em 15 de maio. No mesmo dia, saiu uma decisão para que os índios deixassem o local. Mas a reintegração não foi cumprida no dia 18 e a decisão acabou suspensa até ontem, quando foi realizada audiência na Justiça Federal. Sem acordo entre as partes, o juiz Ronaldo José da Silva determinou o cumprimento da reintegração de posse.


Os índios reivindicam 17 mil hectares da aldeia Buriti que estão na posse de fazendeiros e que foram identificados em 2011 como terra indígena. A imprensa não teve acesso à fazenda. Um bloqueio com oito policiais armados impediu a entrada dos jornalistas para acompanhar o despejo dos terenas.

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