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Interior

Paraguai virou centro logístico do tráfico de armas, diz chefe da Senad

Operação Dakovo desmontou rede internacional que abastecia facções brasileiras com armas europeias

Por Helio de Freitas, de Dourados | 06/12/2023 09:01
Armas apreendidas durante operação que cumpriu mandados no Paraguai, Brasil e EUA (Foto: Senad)
Armas apreendidas durante operação que cumpriu mandados no Paraguai, Brasil e EUA (Foto: Senad)

País com 500 quilômetros de fronteira seca com Mato Grosso do Sul, o Paraguai se tornou “centro logístico” do tráfico internacional de armas. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (6) pelo chefe da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), ministro Jalil Rachid.

Ontem, a Senad e a Polícia Federal brasileira desencadearam a Operação Dakovo, para desmontar rede internacional que trazia armas de guerra de países do leste europeu para o Paraguai e depois enviadas a facções criminosas brasileiras, principalmente PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho.

Mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos no Paraguai, em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e no Arkansas, nos Estados Unidos, onde mora um dos doleiros do esquema.

As armas eram importadas legalmente pela empresa IAS (Internacional Auto Suply), com sede em Asunción. Uma das fábricas fica em Dakovo, na Croácia, cidade que deu nome à operação.

No Paraguai, os traficantes contavam com apoio de militares da Dimabel, órgão do Estado paraguaio responsável pelo controle da venda de armas naquele país. Em troca de propina, eles manipulavam documentos para disfarçar a remessa ilegal do armamento para criminosos brasileiros.

“Essa megaoperação dá conta de que o Paraguai está se convertendo em centro logístico para o tráfico internacional de armas”, disse Jalil Rachi em entrevista à rádio ABC Cardinal. O ministro paraguaio está em território brasileiro. Ontem, ele concedeu entrevista coletiva ao lado do ministro da Justiça Flávio Dino.

Lista atualizada hoje pela Senad revela que 14 pessoas foram presas ontem no Paraguai por envolvimento com o esquema. Entre os presos estão doleiros, empresários, vendedores de armas e militares de alta patente.

A ex-modelo argentina Julieta Nardi e o marido dela Diego Dirisio, donos da IAS e apontados como os mentores da organização criminosa, conseguiram fugir. Ontem, advogados deles entraram com pedido de habeas corpus preventivo, mas o recurso foi negado pela Justiça paraguaia.

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