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Interior

Pastor escolhia mulheres "a dedo" e usava nome de Deus em estupros, diz polícia

Evandro Luiz, de 53 anos, usava a alegação de que Deus havia determinado a "passagem do varão" nas vítimas

Por Ana Beatriz Rodrigues e Helio de Freitas, de Dourados | 24/08/2024 17:10
Evandro Luiz foi preso no dia 15 deste mês e ontem teve o indiciamento (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)
Evandro Luiz foi preso no dia 15 deste mês e ontem teve o indiciamento (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

A Polícia Civil, por intermédio da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Dourados, município que fica a 251 km da Capital, concluiu na tarde da última sexta-feira (23) as investigações que levaram ao indiciamento do pastor Evandro Luiz Baptista, de 53 anos, por violação sexual mediante fraude.

Conforme as investigações, Evandro teria abusado de quatro mulheres, duas de 20, uma de 22 e outra com 40 anos, que eram membros da igreja a qual ele é líder há pelo menos uma década.

A polícia chegou até o pastor a partir de denúncias que diziam que ele utilizava da sua figura de líder espiritual para enganar as mulheres, frequentadoras da igreja, e assim, praticar os abusos como beijo na boca, toques pelo corpo, inclusive seios, e até convencer as vítimas a praticar relação sexual.

Evandro, segundo as vítimas, realizava momentos de oração durante madrugadas em montes e no templo, que ainda estava em construção. Quando chegava aos locais começava a falar em línguas estranhas, em tom alto, e, então, praticava os estupros.

Além disso, o líder espiritual também escolhia “a dedo” determinadas mulheres para praticar relação sexual, sob alegação de que Deus havia determinado “a passagem do varão”, que só seria feita pela “troca de energia vital”, a qual exigia a penetração, com fins de cura espiritual para as vítimas.

As testemunhas contaram na delegacia que, desde o início do ano, membros passaram a reclamar das atitudes do pastor e, inclusive, estavam deixando de frequentar a igreja, visto que, além de mulheres muito jovens, estas eram casadas com outros membros.

Obreiros pediram que o pastor parasse de realizar toques em mulheres nos momentos de oração e que também parasse de se reunir a sós com elas, tendo em vista a escandalização do nome da igreja, mas não aconteceu. Diante disto, a autoridade policial responsável pediu a prisão preventiva de Evandro, pedido esse atendido pelo Poder Judiciário.

No último dia 15, o pastor foi preso pela Guarda Municipal e encaminhado à Penitenciária Estadual de Dourados no dia seguinte. Com a conclusão do inquérito policial, ficou evidenciada a prática dos crimes, especialmente por meio de testemunhas e até por mensagem de vítima alegando ter sido assediada em um retiro.

Outro lado - O pastor nega as acusações. O advogado Rubens Dariu Saldivar Cabral afirma que vai provar judicialmente que Evandro “jamais cometeu nenhuma de violação sexual”.

O defensor afirma, ainda, que uma das vítimas foi à polícia após descoberta de caso extraconjugal com o pastor. “O que de fato aconteceu foi um relacionamento amoroso consentido, acontece que a suposta vítima é casada e assim justificou para família, temos um farto material probatório onde existe troca de mensagens amorosas, relacionamento íntimo com total consentimento e o crime que ele está sendo acusado não passa de uma comunicação de falso crime, pois as vítimas relacionadas nos autos tinham total consentimento amoroso. Temos áudios, fotos, prints, testemunhas e muito mais”, explicou.

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