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Interior

Pastor executado a tiros já foi condenado por mandar matar o "Rambo"

Pastor morto nesta noite (24) foi "informante" de agente federal executado em Dourados

Adriano Fernandes e Helio de Freitas | 24/06/2021 22:45
Marcos Antônio Soares Assunção, o "Rambo", a quem pastor teria supostamente mandado matar. (Foto: Dourados News) 
Marcos Antônio Soares Assunção, o "Rambo", a quem pastor teria supostamente mandado matar. (Foto: Dourados News)

A vida pregressa do pastor e comerciante Kleber Rocha Pinto, de 59 anos, foi marcada pelo envolvimento em crime de grande repercussão, ocorrido no ano de 1998, em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Naquela época, quando ainda era estudante de direito, aos 36 anos, Kleber foi preso suspeito de ser o mandante da execução do agente da Polícia Federal de Dourados, Marcos Antônio Soares Assunção, de 35 anos, conhecido como “Rambo”.

Na noite desta quinta-feira (24), um dia após a execução completar 23 anos ele também foi morto com três tiros por pistoleiros enquanto saía de seu estabelecimento, em Ponta Porã, cidade a 323 quilômetros de Campo Grande.

Naquele dia 23 de junho de 1998 o agente foi executado com cinco tiros em região de mata na Rua Dezidério Felipe de Oliveira, periferia de Dourados. Ele teria ido ao local depois de receber telefonema anônimo pessoa informando que havia um ponto de drogas na rua, mas tudo não passava de emboscada.

"Rambo" estava armado com uma pistola 9 milímetros, um revólver e tinha um fuzil calibre 5,56 milímetros em seu veículo, mas sequer teve tempo de reagir aos disparos.

Marcos Antônio tinha o apelido de “Rambo” porque atuava nas operações de repressão ao contrabando e ao tráfico de drogas com os seus cabelos compridos amarrados por uma fita, carregava o fuzil nas costas e pistolas na cintura, semelhante ao personagem vivido por Sylvester Stallone nos cinemas.

Pastor Kleber, morto com 3 tiros na noite desta quinta-feira (24). (Foto: Direto das Ruas) 
Pastor Kleber, morto com 3 tiros na noite desta quinta-feira (24). (Foto: Direto das Ruas)

"Informante" - Kleber foi preso no mesmo dia do crime, depois que quatro testemunhas, informaram à Polícia Federal que Kleber estava ao volante de uma picape de onde saíram os tiros que mataram o agente federal. À polícia ele contou que era “informante” de “Rambo”, negou ter envolvimento no caso, mas revelou a identidade do atirador.

O suposto comparsa do então estudante de direito era Jaime Favaro ou “Gauchinho”, que inclusive já era apontado como responsável por vários outros assassinatos na cidade. Depois de executar o agente “Gauchinho” fugiu de Dourados usando uma motocicleta que pertencia a Kleber.

Caçada e morte - Com a morte de “Rambo” e a prisão de “Kleber”, um grupo formado por cerca de 45 agentes federais iniciaram uma “caçada” para capturar Jaime Favaro. Ele foi encontrado em uma mata em Laguna Carapã, teria reagido e acabou morto com cerca de 20 tiros de pistolas e escopetas calibres 12 e fuzil. Até um avião teria sido usado nas buscas. Já Kleber foi solto da prisão para responder ao processo em liberdade e acabou se mudando para Ponta Porã onde além de comerciante também tinha uma igreja evangélica no distrito de Sanga Puitã.

23 anos depois - Nesta noite, Klebe foi alvejado na frente do seu estabelecimento, uma empresa de representação de refrigerantes, na saída para Antônio João. Os homens estavam em uma moto e dispararam vários tiros de pistola contra a vítima. Três tiros acertaram o pastor. Kleber chegou a ser encaminhado até o Hospital Regional de Ponta Porã por uma mulher, não identificada, mas acabou não resistindo aos ferimentos. A testemunha contou à polícia que escutou os disparos, e na sequência já encontrou a vitima ferida. Já os pistoleiros ainda não foram localizados pela polícia.




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