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Interior

Pela 2ª vez, professor acusado de estuprar afilhada tem habeas corpus negado

Padrinho está preso desde de janeiro, depois que, em dezembro de 2020, jovem revelou uma década de abusos

Anahi Zurutuza | 01/06/2021 10:36
Crime foi investigado pela DAM de Aquidauana (Foto: O Pantaneiro)
Crime foi investigado pela DAM de Aquidauana (Foto: O Pantaneiro)

Preso desde janeiro deste ano após revelações de estupro virem à tona em família, professor, de 55 anos, acusado de abusar da enteada por 10 anos e da irmã dela, de 15 anos, será transferido do Estabelecimento Penal de Aquidauana para o Presídio Militar de Campo Grande. A decisão é do juiz Ronaldo Gonçalves Onofri, da Vara Criminal da Infância e Juventude de Aquidauana, onde tudo aconteceu.

O magistrado negou liberdade ao educador mais uma vez. No fim de abril, habeas corpus já havia sido negado. O acusado segue, portanto, preso preventivamente (por tempo indeterminado), mas o juiz determinou a tranferência dele para unidade na Capital que tem cela especial.

O professor foi preso no dia 22 de janeiro, uma sexta-feira, depois que, em dezembro, a vítima mais velha, aos 18 anos, decidiu revelar à família toda a violência sexual que sofreu. O gatilho foi a presença “de surpresa” do abusador em um jantar.

Conforme apurado pelo site O Pantaneiro à época, a garota já morava em Campo Grande, mas em 7 de dezembro, esteve em Aquidauana junto com uma amiga. Por estar de folga do trabalho, a mãe dela decidiu fazer a confraternização e convidou amigos e familiares.

Um dos convidados era o professor e também padrinho da vítima. Ao vê-lo, a jovem começou a se sentir mal, ficou assustada e se trancou no quarto, chorando. A amiga estava com ela e relatou o motivo à mãe. Diante dos fatos, no dia seguinte a jovem foi levada de volta para a Capital.

Na ocasião a irmã da garota, de 15 anos, também relatou ter sido “tocada” várias vezes pelo professor.

Detalhes sórdidos da década de abusos foram revelados pela jovem. Dentre os locais usados pelo estuprador para violentá-la está rancho que pertence ao professor, na área rural de Aquidauana, e até sede do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores da Educação) do município, do qual o acusado sempre foi integrante e até o caso vir à tona, era secretário de Finanças.

Consta na denúncia contra o educador, que os abusos contra afilhada começaram quando ela tinha 8 anos. Aos 12, ela passou a ser estuprada.

O professor ameaçava “acabar com ela” para mantê-la calada e a “recompensava” com R$ 20 sempre que a estuprava. A jovem relatou ainda que por várias vezes precisou tomar pílulas do dia seguinte compradas pelo denunciado.

A jovem ainda luta contra graves sequelas psicológicas, também consta na denúncia contra o padrinho. Em razão dos abusos sexuais sofridos, a vítima apresentou ao longo dos 10 anos depressão, chegou a automutilar-se e tentar suicídio.

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