Pente-fino não acha túnel em presídio, mas encontra cela com grade serrada
Policiais e agentes penitenciários estão há três horas e meia dentro das celas do bloco 4, onde presos impediram vistoria ontem
Agentes penitenciários e homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul estão há três horas e meia dentro do bloco 4 da PED (Penitenciária Estadual de Dourados). As equipes fazem vistoria nas celas ocupadas por pelo menos 120 presos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
A reportagem apurou que não foram encontrados vestígios do suposto túnel que estaria sendo escavado para uma fuga em massa do setor onde ficam os presos pertencentes à facção criminosa.
Também não foram encontradas armas de fogo, mas o relatório com os materiais apreendidos será divulgado no final da operação, segundo a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário).
Após o pente-fino na chamada “cadeia linear”, também denominada bloco 4, os agentes apoiados pelos policiais fazem vistoria em algumas celas do raio 2, também ocupadas por presos de facções.
Representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) acompanharam parte da operação e ao deixarem o presídio informaram que de fato não foi encontrado túnel, mas confirmaram que uma cela do raio 2 estava com a grade serrada.
A Agepen contesta a informação de que houve motim no mais superlotado presídio de Mato Grosso do Sul, com pelo menos 2.500 internos. Segundo a agência, nesta terça-feira (21) os presos do bloco 4 apresentaram resistência quando os agentes foram verificar a informação sobre o suposto túnel.
Por medida de segurança, a Agência decidiu que a vistoria só seria feita com apoio do Batalhão de Choque. Na noite de ontem, o fornecimento de água e energia elétrica desse bloco foi interrompido para dificultar eventual tentativa de fuga. (Colaborou Adilson Domingos)