PF cumpre mandados em MS contra grupo que levava cocaína à Bélgica
Droga era enviada por mar, escondida em carregamentos de pedras
A Polícia Federal cumpre 33 ordens judiciais nesta terça-feira (17), em novo desdobramento da Operação Spectrum, denominada Operação Tifeu. São nove mandados de prisão temporária e 24 de busca e apreensão, executados em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rondônia e Santa Catarina.
A ofensiva pretende desmantelar organização criminosa especializada em tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.
Segundo divulgou a PF, investigações deram conta de que estrangeiros integrantes do grupo vinham até o Brasil para, junto com criminosos locais, organizarem a remessa de cocaína pelo mar. A droga era enviada para a Bélgica em cargas de pedras.
Em cooperação policial internacional, carregamento de cocaína de duas toneladas foi apreendida no Porto de Gent, no país europeu.
O Campo Grande News apurou que foram feitas buscas em Dourados - a 230 quilômetros da Capital. A superintendência da PF em Mato Grosso do Sul não divulgou informações.
A reportagem procurou a Polícia Federal em São Paulo (SP) e Brasília (DF), mas não obteve resposta até a publicação da matéria.
Lavagem de dinheiro - Policiais descobriram, no decorrer das investigações, possível esquema de lavagem de dinheiro, e identificou empresas ligadas à organização. Segundo apurado, uma destas empresas movimentou pelo menos R$ 1 bilhão em quatro anos, com várias origens suspeitas.
A polícia ainda investiga vazamento de informações sigilosas por escrevente de cartório de notas para um dos investigados, o que pode ter atrapalhado as investigações.
Os investigados podem ser indiciados pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Os presos serão levados às superintendências da Polícia Federal nos estados onde forem encontrados e ficarão à disposição da Justiça Federal.
Cabeça Branca - A Operação Tifeu é desdobramento das investigações que levaram à Operação Spectrum, que, em 2017 prendeu o traficante Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, considerado um dos maiores traficantes da América do Sul.
O narcotraficante foi sócio de Jorge Rafaat Toumani e por muitos anos operou na fronteira do Brasil com o Paraguai em Mato Grosso do Sul.