PF faz operação contra organização chefiada pelo traficante Jarvis Pavão
Terceira etapa da Pavo Real cumpriu mandados em Ponta Porã e cidades de outros 3 estados e do DF
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (22) a terceira fase da Operação Pavo Real, para cumprir 16 mandados de busca e apreensão contra membros da organização criminosa comandada pelo narcotraficante sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão.
As buscas ocorreram em Rondônia, Bahia, Santa Catarina, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. Nesses estados e no DF, os policiais também cumpriram o sequestro de 16 veículos e 66 imóveis ligados à quadrilha.
O Campo Grande News apurou que em Mato Grosso do Sul os mandados foram cumpridos em Ponta Porã (a 313 km de Campo Grande), cidade separada por uma rua do território paraguaio e onde Jarvis Pavão nasceu e iniciou a organização.
Logo pela manhã, equipes da PF cumpriram mandados em pelo menos dois imóveis localizados na Rua Calógeras. Em um dos endereços ficam a casa e a loja de uma das cunhadas de Jarvis Pavão.
No outro imóvel “visitado” pelos agentes mora um homem que já foi preso por lavagem de dinheiro. A Polícia Federal não divulgou detalhes da operação. Procurada, a assessoria da Superintendência em MS disse que apenas deu apoio à operação da PF em Rondônia.
Já condenado a pelo menos 60 anos de prisão por tráfico internacional de cocaína, Jarvis Gimenes Pavão está recolhido atualmente no Presídio Federal de Brasília. Em dezembro de 2017, ele foi expulso do Paraguai e entregue à PF brasileira depois de cumprir oito anos de prisão por tráfico naquele país.
Enquanto esteve preso no Paraguai, Pavão ficou conhecido pela mordomia em que vivia no presídio de Tacumbú, na capital Asunción. Com a conivência de autoridades corruptas, ele construiu sua própria cela, onde tinha ar condicionado, sala de reuniões, cozinha e cama king.
Pavo Real – Segundo a Polícia Federal, os mandados cumpridos hoje são desdobramentos da operação feita 2020, quando foram presos cinco traficantes, incluindo a mulher e um dos filhos de Jarvis, Luan Pavão.
As investigações começaram em fevereiro de 2019, quando Jarvis estava na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Mesmo isolado, o narcotraficante sul-mato-grossense movimentava valores e imóveis através de bilhetes escritos à mão usando códigos.
A Polícia Federal descobriu na época que Jarvis Pavão comandava a lavagem de dinheiro e ocultação de bens oriundos do tráfico de drogas. A esposa, a mãe, o padrasto, filhos, genros, irmãos e sobrinhos dele foram alvos de mandados de prisão nas duas primeiras fases da operação.
Só na primeira das investigações, a Justiça Federal determinou bloqueio de R$ 302 milhões das contas de 96 investigados. Vinte e duas empresas utilizadas para lavagem de dinheiro tiveram as atividades encerradas.
