PF ouve Maníaco da Cruz e André vai pedir ajuda do Governo federal
Dyonathan Celestrino, 21 anos, conhecido como Maníaco da Cruz, foi extraditado no fim da tarde de hoje do Paraguai para o Brasil. Ele foi entregue pela polícia paraguaia na aduana do país vizinho para as autoridades brasileiras, o delegado-geral, Jorge Razanauskas Neto, e dois agentes da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Dyonathan foi preso no sábado (27) na cidade de Horqueta, a 160 quilômetros de Ponta Porã.
Segundo o site Cone Sul News, no momento da transferência uma multidão se aglomerou no local da entrega para as autoridades berasileiras.
Ele foi levado para a PF (Polícia Federal) de Ponta Porã, onde presta depoimento neste momento. Depois de ser ouvido, o Maníaco será levado para a Unei (Unidade Educacional de Internação), onde estava internado desde 2008 e fugiu no dia 3 de março.
O governador André Puccinelli (PMDB) disse nesta tarde que vai procurar o Governo Federal para tratar do caso do Maníaco.
“Estamos insistindo para que eles tenham benevolência de termos uma audiência com o ministro da Justiça, ela já esta marcada para o mês que vem. Vamos pedir recursos de contrapartida para casos similares ao do Maníaco”, revelou o governador durante a posse dos novos secretários do Estado, em Campo Grande.
O caso de Dionathan causou um impasse entre as autoridades sul-mato-grossense, já que o jovem havia cumprido a medida socioeducativa para os crimes, mas deveria continuar internado. O Governo do Estado tentou levá-lo para hospitais psiquiátricos e também outros estados, sem sucesso.
Crimes - Os assassinatos aconteceram em 2008. No dia 2 de julho, o Maníaco matou o pedreiro Catalino Cardenas, de 33 anos; no dia 24 de agosto, a vítima foi a frentista Letícia Neves de Oliveira, de 22 anos; e 6 de outubro, a última morte, da estudante Gleice Kelly da Silva, de 13 anos.
O Maníaco utilizava luvas cirúrgicas para cometer os crimes. Ele estrangulava as vítimas e terminava de matá-las com faca, arma com a qual ele escreveu INRI (Jesus Nazareno Rei dos Judeus) no peito do primeiro alvo.
O adolescente disse que escolhia as vítimas aleatoriamente e decidia se elas mereciam morrer após “julgá-las” como puras ou impuras, mediante questionamentos sobre valores morais, fé e sexualidade.
No quarto do adolescente foram encontrados pôsteres do Maníaco do Parque e de um diabo. Havia também revistas pornográficas, CDs, um envelope de cor azul, dentro do qual havia um papel com nome das vítimas, escrito em vermelho, três jornais com reportagens sobre os assassinatos e pertences das vítimas.