Piloto boliviano preso na fronteira tem vida dedicada ao tráfico de cocaína
Senad paraguaia identificou ligação de Carlos Bravo com o narcotráfico desde 1992
Preso quarta-feira (7) com 431 quilos de cocaína, o piloto boliviano Carlos Roberto Cuellar Bravo, 60, tem boa parte da vida dedicada ao narcotráfico. A informação foi relevada nesta terça-feira (13) pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), do Paraguai.
Bravo foi preso em uma lavoura de soja a 100 km do território sul-mato-grossense, no Departamento (equivalente a Estado) de Alto Paraná. O avião Cessna 210 que ele pilotava foi perseguido por aeronaves da Força Aérea paraguaia até o pouso emergencial e a prisão.
Conforme a Senad, Carlos Bravo é importante transportador da cocaína produzida no Departamento de Beni, na fronteira da Bolívia com Rondônia. “Tem impressionante histórico no tráfico internacional”, afirmou a agência paraguaia de combate às drogas.
Alvo de investigações de outras agências antidrogas da América do Sul, Carlos Bravo também figurava entre os alvos da DEA (Drug Enforcement Administration), órgão do Departamento de Justiça dos Estados Unidos encarregado de repressão e controle de narcóticos.
Há pelo menos duas décadas a DEA monitorava as rotas usadas por Carlos Bravo. Segundo a Senad, Ele foi preso pela primeira vez em fevereiro de 1992 na Bolívia após a apreensão de um avião usado pelo narcotráfico. Por falta de provas, foi solto em seguida.
Em 23 de fevereiro de 1994, Carlos Bravo foi preso em Corumbá, na fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia, durante a Operação Aguardente, que apreendeu 350 quilos de cocaína.
Depois de um tempo na cadeia, o piloto voltou a ser preso, em outubro de 2002, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Como estava com “apenas” 17 papelotes de cocaína, foi colocado em liberdade.
Depois de passar 15 anos no anonimato, Carlos Bravo voltou a ser preso, em 18 de outubro de 2017, na Bolívia. O piloto fez pouso forçado com avião Cessna 182 na região de Lomas de Arenas, em Santa Cruz de La Sierra, e foi detido para investigações. Apesar da suspeita, não havia droga na aeronave.
Ainda conforme a Senad, o avião Cessna 210 em que estavam os 431 de cocaína apreendidos na semana passada estaria relacionado a voos do tráfico há pelo menos uma década.