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Interior

Pistoleiros atacam áreas ocupadas por indígenas guarani e kaiowá

Primeiro registro deste ano, ataque não deixou feridos

Gustavo Bonotto e Helio de Freitas, de Dourados | 16/08/2023 21:15
Casa incendiada no tekoha Avae'te, acampamento indígena localizado em Dourados. (Foto: Reprodução/Cimi)
Casa incendiada no tekoha Avae'te, acampamento indígena localizado em Dourados. (Foto: Reprodução/Cimi)

Indígenas da etnia guarani e kaiowá foram alvos de ataque de grupo armado na tarde desta quarta-feira (16), em Dourados, cidade a 251 quilômetros da Capital. De acordo com informações divulgadas pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), indígenas relataram que o grupo entrou no Tekoha Avae'te, área ocupada pelos indígenas próxima à reserva e disparou várias vezes. Ninguém ficou ferido.

"Eles vieram pelo mato e atiraram umas quatro vezes, e [um dos disparos] quase acertou nosso parente”, relata Yvyraija Miri, liderança da comunidade. Segundo relatos dos indígenas, o grupo de pistoleiros monitora a comunidade por meio de drones a fim de localizar e alvejar os moradores. “Se a gente sair para filmar, eles dão tiro porque o drone fica em cima, até agora está aqui em cima”, conta a liderança.

Na madrugada de terça-feira (15), um outro ataque foi empreendido por pistoleiros que invadiram e incendiaram dez das trinta casas do Tekoha Avae’te. Os indígenas tiveram que se esconder no mato para se proteger dos tiros disparados pelo grupo armado que adentrou de forma violenta o território, tendo quase alvejado uma anciã e uma criança.

“Eles vieram em duas caminhonetes com oito pessoas a pé para queimar as nossas casas. Eles têm armas pesadas, dão tiro para matar. Nós estamos correndo perigo, lutando pelos nossos direitos, pela nossa terra”, narra Yvyraija Miri.

A organização diz que este é o primeiro ataque registrado este ano contra os guarani e kaiowá do tekoha Avae'te, porém, ações como essa são registradas desde 2018, quando foi iniciado o processo de retomada das áreas gerando conflitos.

A reserva tem uma área de 2,4 mil hectares, tamanho, segundo o Cimi, insuficiente para abrigar a população indígena local, que ultrapassa 13 mil pessoas. Com isso, grupos indígenas montaram acampamentos próximos a reserva, como forma de reivindicar a retomada de terras tradicionais ocupadas por fazendeiros.

(*) Com informações de EBC.

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