PM instaura inquérito para apurar se policiais usaram granada em conflito
Um garoto, de 12 anos, perdeu 3 dedos da mão esquerda ao manipular um explosivo encontrado pelo tio na área
A Polícia Militar instaurou um inquérito para apurar se os policiais envolvidos no conflito entre índios e seguranças de sitiantes, na última sexta-feira (03) teriam usado algum tipo de granada. Um garoto, de 12 anos, perdeu os dedos da mão esquerda ao manipular um explosivo encontrado na área.
No dia dos fatos, estiveram envolvidos na operação, três unidades policiais diferentes. “Não temos a confirmação de que a granada tenha sido utilizada por alguma dessas forças policiais. Com base nisso o comandante do 3º BPM da Policia Militar, instaurou Inquérito Policial Militar para apurar e averiguar a origem, a ação, o emprego, bem como, as lesões resultantes”, diz a PM.
A nota encaminhada pela Polícia Militar também ressalta que em caso de localização de qualquer tipo de artefato, orienta o isolamento do local e acionamento imediato do órgão pelo telefone 190, “para fins de remoção ou detonação do artefato localizado”, conclui.
O caso - Ao Campo Grande News o tio, Genésio Araújo, de 29 anos, contou que o menino achou a granada na estrada, na sexta-feira (dia 3), ficou curioso e levou para a casa, na aldeia Bororó. A criança foi para o fundo do imóvel, cortou o dispositivo, que tem pólvora, e acendeu um isqueiro. A granada explodiu e decepou os 3 dedos do menino, que está internado se recuperando. O dispositivo é usado pela polícia, sendo do modelo de luz e som, também chamada de atordoamento, um explosivo não letal capaz de desorientar temporariamente os sentidos.
Conflito - A área de conflito fica entre o anel viário e a Avenida Guaicurus, na região Oeste do Dourados, a 233 km de Campo Grande. Grupos indígenas reivindicam a inclusão das terras na reserva de Dourados, criada em 1917.
Na última sexta-feira (dia 3), os índios guarani-kaiowa teriam feito outra tentativa de invasão e houve confronto com seguranças particulares contratados pelos sitiantes. Policiais militares e equipes do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) foram para o local após a troca de tiros.