Polícia investiga ligação de carros queimados com fuzilamento de sexta
Polo com placa de Ponta Porã está registrado em nome de homem morto em 2019
A polícia paraguaia investiga ligação dos dois carros encontrados em chamas nesta terça-feira (24) ao atentado ocorrido há quatro dias em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande.
No ataque, atribuído à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), o paraguaio Fredy Enchagüe Bordon, 22, foi fuzilado mesmo estando em uma SUV blindada.
Uma mulher que estava no ponto de ônibus foi ferida na perna e uma menina de 6 anos que brincava na varanda de casa a 50 metros do local do ataque teve o nariz dilacerado por tiro de fuzil. Ela está internada na UTI do Hospital Universitário em Dourados.
O comissário Feliciano Martínez, chefe de investigações da Polícia Nacional, afirma que a suspeita de que os carros tenham sido usados no ataque é uma das linhas de apuração. Entretanto, até agora as informações são de que o atentado foi praticado por pelo menos 12 homens em três caminhonetes. Três suspeitos estão presos desde sábado (21).
De acordo com a ocorrência policial, os dois carros, um Toyota Etios branco com placa do Paraguai e um Volkswagen Polo azul com placa de Ponta Porã, estavam a cinco quilômetros de distância um do outro, mas foram queimados simultaneamente.
O Etios está registrado no Paraguai em nome do advogado Maximo Alonso Acosta. Ele informou à polícia que tinha vendido o veículo para uma brasileira, não identificada. Ela teria ficado responsável em providenciar a transferência, o que não ocorreu.
O Campo Grande News apurou que o Polo azul com placa de Campo Grande está registrado em nome de Clerio Carlos Corrêa, que morreu de infarto em Ponta Porã em setembro de 2019, aos 62 anos. Segundo fontes policiais, o irmão de Clerio, Cleber Correia, morto em confronto com a polícia paraguaia, seria ligado ao traficante internacional Ivan Carlos Mendes Mesquita.
Ivan chegou a cumprir pena por narcotráfico nos Estados Unidos, fez acordo com a Justiça americana e voltou ao Brasil para colaborar com a polícia no combate ao tráfico, mas de novo se envolveu com o negócio das drogas e foi preso em 2015 .