Polícia investiga morte de rapaz que fez cirurgia sem estar de jejum
Sogro procurou delegacia para registrar boletim de ocorrência e pedir apuração de morte ocorrida nesta quinta no Hospital Santa Rita
A Polícia Civil de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, vai abrir inquérito para investigar a morte de Rafael Luiz Gust Gund, 25, ocorrido nesta quinta-feira (10) no hospital particular Santa Rita. De acordo com o boletim de ocorrência registrado na 1ª Delegacia de Polícia da cidade por Robson Luiz Félix, sogro de Rafael, o rapaz morreu após uma cirurgia ortopédica.
De acordo com o boletim de ocorrência, Rafael sofreu um acidente de trabalho no dia 1º deste mês em Maracaju, onde morava e tinha uma oficina mecânica, quando consertava um trator. Após ser atendido no hospital da cidade, o rapaz foi encaminhado para o Santa Rita, em Dourados, já que teria sido constatada uma fratura no tornozelo.
Robson contou que no Santa Rita o genro foi atendido pelo ortopedista Gustavo Sacchi, que marcou o retorno para o dia 9, para internação e posterior cirurgia, agendada para sábado (12). Entretanto, segundo o boletim de ocorrência, quando o rapaz chegou ao hospital, o médico teria decidido fazer a cirurgia no mesmo dia.
O homem que procurou a polícia disse que sua filha, esposa de Rafael, contou que o rapaz foi para a sala de cirurgia às 15h de ontem e retornou por volta de 21h. Ela teria perguntado se estava tudo bem, ato em que Rafael teria dito que estranhou um fato ocorrido na sala de cirurgia, quando um dos profissionais perguntou se ele tinha sido medicado sem estar em jejum. Mesmo assim a cirurgia continuou, segundo o relato à polícia.
Robson contou que nesta quinta-feira uma pessoa do hospital ligou para a mulher de Rafael e teria informado que ele sofreu um infarto no banheiro e havia morrido. Ao chegar ao Santa Rita, a mulher foi informada que Rafael chegou a ser socorrido e os médicos tentaram reanimá-lo com desfibrilador, mas ele não resistiu ao infarto e morreu por volta de 8h.
O hospital teria informado à família que o médico não poderia dar o atestado de óbito, já que o corpo precisava ser examinado pelo legista da Polícia Civil.
O Campo Grande News entrou em contato com o hospital Santa Rita e um funcionário da diretoria de atendimento disse que a equipe só tem autorização para passar informações para familiares e para a polícia sobre qualquer caso. O atendente informou que falaria com a direção e mais tarde entraria em contato.